segunda-feira, abril 05, 2021

Sair da cepa torta

Este texto publicado no Correio da Manhã de ontem, "Portugal tem das empresas mais frágeis da Europa", suscita dois apontamentos.

Primeiro, a taxa de encerramento das empresas em Portugal ao fim de 5 anos:

"Esta fragilidade do mercado português, constituído sobretudo por micro e pequenas empresas, poderá ser avaliada ainda por um outro indicador: a taxa de sobrevivência das companhias.

Em Portugal, apenas 34% das empresas criadas em 2013 tinham conseguido aguentar-se de portas abertas ao fim de cinco anos.

A média comunitária estava fixada nos 45%. Pior do que Portugal só memo a Lituânia"

Mercados diferentes devem ter desempenhos diferentes e isso é normal.

BTW, um número que publiquei aqui no blogue em Maio de 2008

Nos Estados Unidos, 80% das empresas que arrancam a funcionar num ano, ao fim de 5 anos estão falidas! Ao fim de 10 anos 96% estão fechadas. 

Julgo preferível um sistema com baixas barreiras à entrada. Talvez por isso:

"Em 2018, Portugal tinha a segunda maior taxa de criação de empresas entre os 27 Estados-membros, de 16%."

Depois, quem tiver unhas que toque guitarra.

O segundo apontamento é, para mim, muito preocupante:
"88,1% do investimento realizado em 2017 em investigação e desenvalvimento, na indústria e construção nacionais, foi protagonizado por empresas com capital nacional. O resultado coloca Portugal na primeira posição quanto à origem interna do investimento."
Isto para mim é medonho...

Nestas últimas semanas tenho escrito sobre o exemplo irlandês e a importância do investimento directo estrangeiro para ultrapassar a impossibilidade dos "macacos voarem":

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