sábado, outubro 19, 2019

Aguentar 15 minutos sem comer o marshmallow

Quanto menos vigorar o paradigma do século XX, que pressupunha que o poder estava nas mãos dos produtores.

Quanto mais crescer o interesse e vantagem em trabalhar a nível de ecossistema, em que os ecossistemas que ganham são os que maximizam o valor a ser criado pelo conjunto dos actores, e não por um em particular.

Mais sentido faz esta abordagem "The limits of the pursuit of profit":
"In February 2016, Emmanuel Faber, chief executive of Danone, put a radical proposal to the French food multinational’s senior US executives at a meeting in White Plains, New York.
.
Against the grain of agricultural production in the US, where the vast majority is genetically modified, Mr Faber proposed shifting about half Danone’s products — representing some $1bn of yoghurt sales — to non-GMO ingredients. He argued that this was an important change that would improve soil health and biodiversity.
...
The pledge triggered vocal protests from some US farm and dairy groups. It did not harm sales. Despite a price rise, the children’s yoghurt brand Danimals, now certified as containing only non-GMO ingredients, has increased its US market share from 30 to 40 per cent."
O artigo refere o clássico artigo de Friedman, “The Social Responsibility of Business is to Increase its Profits” e a recente alteração de posição do grupo Business Toundtable:
"“While each of our individual companies serves its own corporate purpose, we share a fundamental commitment to all of our stakeholders” — customers, employees, suppliers, communities and — last in the list — shareholders."
Acho que Friedman escrevia para um tempo que já passou. Recordo que a Economia não é como a Física newtoniana ou galilaica.
No ano em que Milton Friedman publicou o artigo, os produtores ainda detinham um poder tremendo. Os produtores podiam, então, comportar-se como o governo português, ainda hoje, a gerir o serviço nacional de saúde ou a educação, com utentes-reféns.

Hoje, com a concorrência, com o poder nas mãos de quem compra, e com a explosão de grupos "intolerantes" ou com paixões assimétricas, impõe-se o uso da obliquidade.

Hoje, é mais claro aquilo que sempre foi verdade. mas então não era tão relevante: o lucro é como o emprego, é uma consequência, não um objectivo. Pois: "they’ll create more and better jobs by not focusing on creating jobs"


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