quinta-feira, dezembro 22, 2016

Imprensa amestrada

16 de Dezembro de 2016, "Governo garante 1300 empregos com apoio a seis empresas" e quem olha para o título fica com a ideia que vão ser criados 1300 postos de trabalho. No entanto, lendo o texto:
"Ao todo, o governo segura no país 1800 postos de trabalho, a maioria a norte - 525 são novos empregos e outros 800 são postos de trabalho já existentes e que agora ficam assegurados de forma mais duradoura."
Oh, wait! afinal só vão ser criados 525 postos de trabalho. Como uma das empresas beneficiada é a Eurocast que vai iniciar a actividade de raiz em Estarreja com 170 trabalhadores, as outras 5 empresas vão criar 355 postos de trabalho. Depois, aquele trecho " que agora ficam assegurados de forma mais duradoura." parece que são empresas com poucas vantagens competitivas. Sem o apoio do Estado não sobreviveriam com a dimensão actual. Dá que pensar.

21 de Dezembro de 2016, "Governo aprova investimento de 85 milhões em fábrica da Altri". E serão criados ...
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11 postos de trabalho!

E quantos serão criados na Celbi?

Por isto é que ao longo dos anos aprendi a dar pouca importância a estas empresas como criadoras de emprego. Como criadoras de emprego são muito fracas e ineficientes. Por cada milhão de euros de investimentos criam muito poucos postos de trabalho e o efeito cascata da distribuição de riqueza é muito baixo. Estou a pensar numa micro-empresa que facturará cerca de 500 mil euros em 2016 e que acrescentou 3 novos postos de trabalho, tudo sem apoios comunitários.

Por favor, não usem a criação de emprego como argumento para estas benesses fiscais.

BTW, quantos trabalhadores dos serviços irão aproveitar estes postos de trabalho?

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