sexta-feira, setembro 18, 2015

E ser artesão pode voltar a ser cool

""Heartcrafted in Portugal". Porque não são só feitos à mão pelos artesãos portugueses, mas carregam consigo um pedaço de portugalidade que importa preservar.
...
Cada cesto pode levar dois dias a ser feito, com as imperfeições características do que é artesanal - a "alma" do produto, assim lhes chamam os mentores da marca -, e isso tem um preço. Mais alto. "Mas dura uma vida inteira", asseveram, colocando a sua insígnia numa tendência de consumo crescente que privilegia a durabilidade das peças, o valor estético, tal como a rastreabilidade. Ou seja, é possível contar a história de um produto, desde a origem das matérias-primas, naturais e sustentáveis, passando pela identidade de quem as moldou e deu vida. Peças que são, no fundo, a resposta a um novo movimento, como lhe chama Pedro Pires, que apelida de "romantismo social". Lá fora chamam-lhe slow living.
...
 As máquinas tornaram a modernidade mais acessível a todos, mas estamos a acordar para a valorização do que é feito por pessoas e não por máquinas." O futuro dos mercados de consumo está a moldar-se e a dividir-se em dois:[Moi ici: Recordar a polarização] entre as marcas industrializadas e acessíveis e as insígnias humanas, "nichificadas, imperfeitas" e caras.
...
Às vezes, basta comunicar estes objectos de forma diferente" [Moi ici: Como não recordar a artesã de Bragança...]
...
A rica diversidade de técnicas artesanais que ainda subsistem em Portugal 'talvez porque nunca fomos muito industrializados", é uma "enorme vantagem competitiva" para aquela que pode ser a "nova vocação de Portugal: um país de marcas multinacionais, feitas por pessoa reais, com ajuda de algumas máquina inspiradas com saberes do passado e na imaginação do futuro", acredita Carlos Coelho. E aponta para o que já acontece lá fora: "Para quem acha que esta apenas uma preocupação de países sub desenvolvidos então esteja atento, por exemplo, à Alemanha, o país das máquinas, da engenharia e das perfeições"


Trechos retirados do artigo "Marcas feitas à mão" publicado pelo semanário Expresso no passado fim de semana.

Sem comentários: