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sexta-feira, setembro 07, 2018

Activismo e cronyismo

A market economy is never static. Products that are cutting-edge today will soon become commodified and easy to make. Industries that are on the technological frontier will become mainstream and, later, relics of the past. What is a good job today will inevitably become a bad job in the future. This dynamic was first recognized by Karl Marx, who thought that it was evidence of the inherent instability of the capitalist system. Eighty years later, however, the Austrian economist Joseph Schumpeter pointed out that instead of being a flaw, this process of “creative destruction” is capitalism’s greatest strength and its engine of growth.
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The Princeton economist Alan Blinder recently noted that in the 1950s, companies making television sets were at the heart of America’s high-tech sector and generating tens of thousands of high-paying jobs. After a while TV sets became just another easy-to-make commodity, and today no TV set is made in America. The computer manufacturing industry picked up where the TV industry left off, and for a while it was responsible for 400,000 high-paying jobs. We saw earlier that most of these jobs have now moved elsewhere. But this is not a sign of failure. Indeed, it is a sign of success. To remain prosperous, a society needs to keep climbing the innovation ladder. As Schumpeter argued, it is the dynamic that has been ensuring our prosperity since the beginning of the industrial revolution.
The crucial question for America’s future is therefore whether our innovation clusters can adapt and reinvent themselves to maintain their edge. Clusters, unlike diamonds, are not forever. At some point the industry that supports them matures, stops bringing prosperity, and turns into a liability. The forces of attraction provide an important advantage, but once-mighty clusters have collapsed in spectacular ways.”
Recordo Nassim Taleb: "Stressors are information", são sinais para calibrarmos a quantidade relativa de exploration versus exploitation. Perante os stressors há os que os agarram e, como os ratos do livro "Quem mexeu no meu queijo", interagem com a nova realidade. E há os que, como o Pigarro do mesmo livro, resistem à mudança e solicitam o apoio e a protecção dos governos, gerando toda uma série de doenças por causa do veneno do activismo.

Como não recordar logo o exemplo do leite ou do vinho na Madeira? Entretanto, na semana passada vi várias reportagens em que uns coitadinhos pediam apoios porque o aquecimento global lhes queimou uvas e fruta. Admitamos que efectivamente há um aquecimento global em curso, antropogénico ou não. Então, o melhor é estes coitadinhos mudarem de culturas ASAP.

Outro exemplo da economia deficiente. Nos EUA, "Harvard Business School professor: Half of American colleges will be bankrupt in 10 to 15 years". Por cá, tudo será feito para atrasar a mudança, torrando dinheiro impostado/roubado aos contribuintes para manter o status-quo.


BTW: Os romanos tinham vinhas nos Alpes, sinal de que o clima era mais quente que o dos últimos séculos. Imaginem os produtores de vinho suíço a receberem apoios desde há 2000 anos. Que renda!

Excerto de: Enrico Moretti. “The New Geography of Jobs”

quarta-feira, fevereiro 07, 2018

"Aproveitei o meu percurso"

Há talvez duas semanas ouvi um flash na Antena 1 sobre esta peça de teatro, "O Homem da Guitarra".

O que me captou a atenção foi uma frase e a postura do homem da guitarra:
"Aproveitei o meu percurso"
Não sei se a peça de teatro é sobre a vida de um falhado. O que guardei foi a entrevista com o actor, uma pessoa concreta. Começou como músico, a coisa a certa altura não deu e em vez de ir para a porta do ministro da Agricultura (isto acrescento eu irónica e metaforicamente) pedir que lhe dessem o queijo a que tinha direito, começou a ganhar a vida como técnico reparador de instrumentos (guitarras). Numa terceira fase, começou a construir as suas próprias guitarras, com o seu cunho, com a sua marca.

E para já é onde está.

O que apreciei foi a aceitação natural de que não se é isto ou aquilo, vai-se sendo, as pedras que a vida nos vai dando são os materiais de construção com que vamos montando a realidade do que vamos ser amanhã.

BTW, é esta postura perante a vida que acredito que os apoios e subsídios bem intencionados dos governos acabam por destruir. Sublinhei:
"When the medication causes the disease, a positive feedback loop has been established."

Trecho final retirado de "12 Rules for Life: An Antidote to Chaos" de Peterson, Jordan B.

domingo, fevereiro 04, 2018

Um devir permanente

"Considering nature as purely static produces serious errors of apprehension. Nature “selects.” The idea of selects contains implicitly nested within it the idea of fitness. It is “fitness” that is “selected.” Fitness, roughly speaking, is the probability that a given organism will leave offspring (will propagate its genes through time). The “fit” in “fitness” is therefore the matching of organismal attribute to environmental demand. If that demand is conceptualized as static— if nature is conceptualized as eternal and unchanging— then evolution is a never-ending series of linear improvements, and fitness is something that can be ever more closely approximated across time.
...
But nature, the selecting agent, is not a static selector— not in any simple sense. Nature dresses differently for each occasion. Nature varies like a musical score— and that, in part, explains why music produces its deep intimations of meaning. As the environment supporting a species transforms and changes, the features that make a given individual successful in surviving and reproducing also transform and change. Thus, the theory of natural selection does not posit creatures matching themselves ever more precisely to a template specified by the world. It is more that creatures are in a dance with nature, albeit one that is deadly."
O activismo que tanto critico nos governos é em grande medida por causa deste ponto "nature, the selecting agent, is not a static selector". Quantas vezes o mundo, o habitat muda e o apoio dos governos consiste em providenciar recursos para que as organizações aguentem até que o mundo volte ao que era... só que ele não volta ao que era. O que era, o que é, nunca é um destino, mas um devir permanente. Assim, os apoios dos governos apenas atrasam o inevitável choque com a realidade. Quanto mais tarde for esse choque mais as organizações estarão desfasadas da realidade e, por isso, menos hipóteses terão de recuperar uma vida autónoma.

Trechos retirados de "12 Rules for Life: An Antidote to Chaos" de  Jordan B. Peterson.