sábado, julho 06, 2024

Sem transição, sem dor, ... não vamos longe

Há anos que defendo aqui no blogue: Deixem as empresas morrer!!!

Há anos que alerto aqui no blogue para a importância da transição, ainda que seja dolorosa no curto-médio prazo para renovar o tecido empresarial em direcção a empresas com produtividade mais elevada.

Há anos que escrevo porque é que os empresários pedem paletes de mão de obra estrangeira. A mão de obra estrangeira vem funcionar como uma botija de oxigénio para empresas que já não fazem sentido para o nível de vida do país. O país fica como um museu conservador, empresarialmente reaccionário.

Mão amiga mandou-me este artigo sobre os cortes de postos de trabalho na Alemanha, "Diese Industrieunternehmen bauen Stellen ab"
  • Corte de 12000 empregos no fornecedor da indústria automóvel ZF
  • A divisão automóvel da Bosch vai cortar cerca de 1200 empregos 
  • Cortes de empregos nas empresas Bosch, Miele, Continental, Forvia, Thyssenkrupp Steel, Michelin e Meyer Burger e em alguns casos encerramentos de unidades (por exemplo a Michelin encerra duas unidades na Alemanha e a Continental outras duas)
A mesma mão amiga tinha-me enviado à tempos este outro artigo "Even key German sectors are losing ground to China".

Ao mesmo tempo, recordo um postal que nos referia os investimentos que estão a fazer a transição na Alemanha

Entretanto, ontem o FT publicava outro sinal da mudança em curso, "German business breaks postwar taboo to supply defence industry":
"A growing number of German businesses are moving into military equipment and services as they break a widespread taboo to supply the arms industry in the wake of Russia's invasion of Ukraine.
Engine maker Deutz last week saw its shares jump more than 20 per cent after it said it was looking to build tank engines alongside its civilian operations. The engineering group is among those Mittelstand manufacturing and engineering companies reconsidering or ending their ban on defence contracts.
...
Continental, one of the world's leading automotive suppliers with 200,000 employees which has announced large job cuts, recently launched a scheme to transfer hundreds of its employees to German defence contractor Rheinmetall.
Peter Sebastian Krause, an executive at Rheinmetall, said at the time that the Continental employees would bring "highly valuable" skills to the company."
Entretanto, por cá estamos concentrados em salvar o passado, ou os sectores de baixo valor acrescentado, com carne para canhão. 

 




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