quinta-feira, fevereiro 14, 2019

Conversa de fragilista com locus de controlo no exterior

"O secretário de Estado das Finanças afirmou nesta segunda-feira em Bruxelas que o Governo "obviamente" acompanha os riscos que podem condicionar o ritmo de crescimento da economia portuguesa, mas salientou que Portugal "pouco pode fazer" contra riscos externos."
Tão previsível...

Recordar daqui:
"A principal crítica que faço a este governo é a de agir como um fragilista, alguém que acredita que o futuro não vai ter stress, não vai ter problemas e, por isso, avança sem acautelar como reagir ao que pode correr mal. A verdade é que shit really happens." 
E recordar daqui:
"Most problems are like that. When we prepare for them and get used to them, they're not problems anymore. They're merely the way it is.
...
Os fragilistas partem do princípio que o pior não vai acontecer e, por isso, desenham planos que acabam por ser irrealistas ou pouco resilientes. Depois, quando as coisas acontecem, chega a hora de culpar os outros pelos problemas que não souberam prever, não quiseram prever, ou que ajudaram a criar."
Espero que na sua empresa não siga esta abordagem.
Primeiro, assuma um locus de controlo no interior - a responsabilidade por tudo o que acontece na sua organização é sua e de nada vale culpar outros pela falta de preparação que não foi capaz de planear ou realizar.

Segundo, assuma que o futuro pode sempre trazer consigo choques negativos e que a sua empresa tem de ser capaz de os aguentar. Não acredite que têm de ser os outros a alombar com os seus compromissos, não venda a sua independência por um prato de lentilhas, tenha cuidado com os apoios pedo-mafiosos do estado.

BTW, ontem no noticiário das 7 da manhã a Antena 1 referia este número "Portugueses pedem oito milhões por dia para comprar carro"e também o forte crescimento do crédito à habitação. Agora relacione isso com "Há mais 73 mil precários do que no ano da "troika"", com a desaceleração económica em curso, e com a avidez do monstro-estado em impostar cada vez mais e mais.

Trecho inicial retirado de "Portugal pouco pode fazer contra riscos externos, afirma Mourinho Félix"

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