quinta-feira, março 24, 2016

Preço ou custo?

Falaram-me esta semana de uma empresa que subcontratava 85% da sua actividade (mercado interno não transaccionável) e que agora está a ter de realizar cerca de 80% dessa actividade porque a grande maioria dos seus subcontratados fecharam, incapazes de resistir aos custos.
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Lembrei-me logo de um projecto em que o custo das matérias-primas representava cerca de 50% do custo final do produto. Como o negócio era preço, era fundamental conseguir poupanças neste sector. No entanto, em vez de cair em cima dos fornecedores e desencadear uma guerra de preços e iniciar uma espiral de definhamento, optou-se por contabilizar o custo de aquisição da matéria-prima:

  • preço da matéria-prima;
  • custo do transporte para a fábrica;
  • custo do controlo da recepção;
  • custo do tratamento das reclamações a fornecedores;
  • custo do manuseamento e colocação em armazém;
  • custo do capital empatado nas matérias-primas antes do seu uso;
  • custo das matérias-primas que viram monos;
  • custo das matérias-primas que se estragam em armazém;
  • custo de preparação para alimentar a produção;
  • custo da matéria-prima desperdiçada na produção.
E tratar os fornecedores como parceiros e integrá-los em projectos para reduzir o somatório destes custos. 
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Em alguns casos o preço da matéria-prima até subiu mas a quantidade que deixou de ser desperdiçada mais do que compensou.

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