terça-feira, fevereiro 09, 2016

Produtividade? Há muitas! (parte II)

Parte I.
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O @miguelppires ontem chamou-me a atenção para "The secular slowdown in European productivity" onde se pode encontrar uns trechos a suportar o que aqui se escreve no blogue há muitos e muitos anos, sempre à revelia do mainstream da tríade, e dos governos (recordar o marcador do gato e do rato):
"Narrow focus on cost competitiveness can impede productivity growth
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Much of the policy focus since the crisis has been on increasing the cost competitiveness of exports. However, lower labour costs do not necessarily lead to better productivity, and too narrow a focus on cost competitiveness carries risks: firstly, as it may neglect the supply-side measures necessary to boost productivity; and secondly, because keeping wages low risks depressing domestic demand, with a knock-on effect on GDP."

Recuar a 2006 e recordar a diferença entre o numerador e o denominador nesta narrativa da produtividade em "Ainda a produtividade". Recuar a Novembro de 2012 a "Sobre a paranóia da eficiência e do eficientismo". E recuar a ontem e a uma lição do calçado português: se não se consegue vender a 20€, vende-se a 200€". Parem aqui!!!
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Perceberam bem o que acabaram de ler? Leiam devagar, por favor:
"se não se consegue vender um tipo de sapatos a 20€, arranja-se maneira de vender outro tipo de sapatos a 200€"
Pensem na galeria de membros da tríade que ao longo dos anos tenho aqui mencionado: João Ferreira do Amaral, Daniel Amaral, Daniel Bessa, João Duque, Vítor Bento, Manuela Ferreira Leite, Bagão Felix, Augusto Mateus e mais dois ou três que me estou a esquecer. Todos eles só conhecem uma forma de competir, a do bicicletas: baixar o preço. Seja reduzindo custos nominais, seja através da desvalorização cambial. Ainda estão no registo que funcionou aquando da entrada na CEE que decapitou a nata das empresas portuguesas que competiam internamente pelo mercado mais caro. O que aconteceu esta década foi uma competição com a China, pela fatia mais barata, logo, a resposta teria de ser outra.
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Já num outro registo:
"The outlook suggested by the data analysed here—of mild but sustained productivity growth in Belgium, France, Germany and the Netherlands; a slowly strengthening recovery in the UK; and a much weaker pick-up in Austria—is in this context far from a failure.
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Downside risks stem from slower progress than we currently expect in any of these areas, and also from the structural shift under way in China away from industry and towards consumption, given the possible fall in demand for European industrial goods that this may cause."[Moi ici: É impressão minha ou alguém está a esquecer-se do potencial de consumo da China e do poder do glamour das marcas europeias]

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