A propósito deste texto "
Para não acabar de vez com os jornais (e a democracia)", vejamos como um consultor anónimo da província abordaria o desafio:
- vendas em baixa;
- leitores em baixa;
- custos demasiado elevados.
Lançaria questões:
- Fará sentido um produto em papel? Ver "Montreal-based La Presse ends 131 years of daily printed news"
- Qual será o ecossistema da procura? Quem serão os clientes-alvo desse produto? Quem estará disposto a pagar por informação? Que valor terá o acesso a cada tipo de leitor que paga por informação, para outros agentes? Qual a viabilidade de um produto gratuito pago pelo acesso aos leitores? Pago vs grátis implica diferenças de conteúdo, diferenças de leitores-alvo, diferenças de valor por leitor, diferentes vias de monetização.
- Haverá lugar para publicações salami slicers?
A maior preocupação que o texto citado no início me deixa é:
"Isto não deve ser confundido com a fantasia dos “cidadãos-jornalistas”. Há cidadãos e há jornalistas, os jornalistas serão cidadãos, mas o contrário não é verdadeiro. Os cidadãos só são jornalistas se o forem. Os leitores não devem substituir os jornalistas, que para o bem de todos, e como acontece com bombeiros ou médicos, devem ser preparados para o que fazem e honrar um código de conduta."
E voltando à citação dos salami slicers:
"Get brutally self-aware of your business. To do that, seek feedback from current, previous and potential members and analyse usage, financial, competitive and business data to understand the strengths, weaknesses and opportunities for your business."
Conheço tanta gente que deixou de comprar o Público não por causa do dinheiro mas por causa do conteúdo. E não encontro no texto uma referência a uma única auto-crítica relativamente a esse ponto. Um pouco de locus de controlo no interior mudaria a perspectiva, a salvação não tem de vir de fora, a salvação tem de começar por dentro.
1 comentário:
Nem de propósito http://www.poynter.org/how-tos/leadership-management/390452/need-a-newsroom-resolution-for-2016-how-about-reclaiming-some-expertise/
Ao que se segue chama-se pensamento estratégico:
"Now, more than 40 years later, many newsrooms have very little expertise. They assign most reporters according to the needs of the day—to business stories, medical press conferences, court cases — no matter whether those reporters know the difference between a presentment and an indictment.
Left to proceed on its current course, this trend toward generalists is bad news for those who hope news organizations have a future. Why would your communities continue to rely on news sources that lack expertise on issues as crucial to our future as climate change, immigration reform, health care economics and criminal justice?
But how, you ask, can we do anything else when newsrooms live with this reality:
You have fewer people on the staff than you had last year, and you’ll almost certainly have fewer still in the years to come.
Yes, newsrooms live with that reality. But here’s another reality I wish more newsrooms would act upon:
You get to choose what you cover.
Instead of chasing what everyone has, why not chase what you alone have?
Why not devote most of your coverage to areas in which you develop expertise?"
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