Admitamos que o utilizador e o comprador (cliente) são uma e a mesma pessoa.
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1.A fábrica encomenda uma colecção a um criativo. Produz as amostras e prepara as colecções que distribui pelos seus vendedores.
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2.O retalhista, recebeu um vendedor da fábrica de peças de vestuário, inspeccionou a colecção e escolheu os modelos que lhe interessaram e indicou as quantidades e cores que queria de cada um.
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3.A fábrica recebe os pedidos das lojas, consolida-os. Encomenda as matérias-primas, planeia a produção, produz, controla, embala, expede e factura.
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4.A loja recebe os pedidos e expõe-os.
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5.Um comprador entrou numa loja, inspeccionou as prateleiras, escolheu um artigo que gostou, experimentou-o e pagou-o.
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6.No final da época a loja paga à fábrica que entretanto já teve de pagar a matéria-prima, o criativo, os operários e a fábrica.
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É preciso arcaboiço financeiro para avançar com todo este dinheiro durante vários meses até finalmente receber a recompensa.
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Assim, o sistema actual é algo como:
O artigo refere outra possibilidade:
A fábrica pode retirar a loja da equação e substituí-la por uma plataforma onde os clientes vêem a colecção, escolhem e pagam adiantado o que a fábrica irá produzir e entregar. O arcaboiço financeiro reduz-se fortemente, com o cliente a pagar adiantado e, a fábrica a poder interagir directamente com os consumidores, com os utilizadores, e a poder iterar muito mais rapidamente apostando na carta da personalização.
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Ou, sendo ainda mais radical, dada a redução do arcaboiço financeiro necessário, a fábrica pode passar a ser só o fabricante contratado pelo criativo. Ou seja, a relação é entre o criativo e os consumidores, via plataforma:
Muitas fábricas com marca própria não aproveitarão este tipo de ecossistema, com margens muito mais interessantes, porque estão prisioneiras das relações actuais que mantêm com as lojas, terão receio de as prejudicar. Por isso, é mais provável que sejam agentes novos a aproveitar estes novos canais e modelos de negócio.
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A redução do arcaboiço financeiro é uma forte redução nas barreiras à entrada e isso é Mongo!!! A explosão de agentes muito mais pequenos, apostando na criatividade e na interacção em vez de em activos físicos.
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Se isto fosse restrito a Portugal os incumbentes avançariam com pedidos de providências cautelares junto dos tribunais, para impedir o progresso.
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E o que devem fazer as lojas?
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Abraçar a mudança e avançar para o nível seguinte do jogo. Como?
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Pergunte-me!
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