sábado, agosto 22, 2015

"despedir é sempre resultado de uma maldade ou de preguiça da gestão"

Actualmente ando a ler o livro "Your Strategy Needs a Strategy: How to Choose and Execute the Right Approach".
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Segundo os autores, como escrevemos aqui no blogue ao longo dos anos, as estratégias são sempre situacionais, dependem das circunstâncias do mercado. Os autores, para caracterizar essas circunstâncias, usam duas variáveis:

  • a maior ou menor incerteza, imprevisibilidade, por um lado; e
  • a maior ou menor capacidade de influenciar o mercado.
Desta combinação de variáveis desenvolvem 5 padrões de desenvolvimento de uma estratégia:
Nesta tabela fazem um resumo muito claro sobre o que está em causa com cada padrão estratégico:
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Num dos capítulos do livro os autores apresentam esta figura acerca da evolução em cada sector da imprevisibilidade:
Cada vez mais a imprevisibilidade é a norma! Por isso, padrões estratégicos baseados no grupo das estratégias "clássicas" proporcionam cada vez menos resultados.
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Talvez por causa dessa evolução, temos este tipo de temas a surgirem nos media de gestão "Companies Need an Option Between Contractor and Employee". A reacção de muita gente perante estes temas é a que escrevi neste tweet:


Assim, enquanto temos uma revista académica a propor a criação de mais categorias de relacionamento entre partes, por cá temos esta satanização permanente de quem tem de despedir "PS subirá indemnização nos despedimentos".
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Até parece que estes desempregados "After Nokia Layoffs, Tech Workers in Finland Regroup and Refocus" resultam de um capricho da gestão.
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Voltemos ao livro e aos padrões. Ao aumentar a imprevisibilidade e a maleabilidade dos mercados, as empresas de um sector podem percepcionar que estão num ambiente competitivo muito exigente, sinal de que o seu modelo de negócio passou o prazo de validade. Nessas alturas as empresas têm de se renovar, têm de abandonar o que já não funciona e encolher para poderem sobreviver, até descobrirem a próxima aposta (“I am going to wait for the next big thing.”).
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O que os teóricos amparados pelo Estado durante toda a sua vida nos vêm dizer é que despedir é sempre resultado de uma maldade ou de preguiça da gestão.
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Veja-se o caso gritante da TAP, as low-cost mudaram a paisagem onde competia, como respondeu? O que abandonou? A que é que renunciou?Já encolheu?
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Assim, medidas que encarecem o desemprego falham por duas vias:
  • aumentam as barreiras para criar emprego;
  • aumentam os custos para as empresas em fase de reestruturação, altura em que mais precisam de dinheiro para sobreviver e preparar "the next big thing".




2 comentários:

CCz disse...

Situação financeira da SATA preocupa pessoal de voo

http://www.dinheirovivo.pt/empresas/interior.aspx?content_id=4738929&page=-1

CCz disse...

http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=4740277