sábado, abril 18, 2015

Sraffa e a concorrência imperfeita

Na passada segunda-feira, durante uma caminhada, fui surpreendido pelo trecho que se segue:
"Thus, in Sraffa, abandonment of the hypothesis of perfect competition means abandoning a particular theory; that is, a theory that sees competition as a situation in which expansion of firms is halted by rising costs. Far from being restricted to very special circumstances, the hypothesis that firms should be regarded as single monopolies functions better than perfect competition, in accounting for the evidence; that is, that the expansion of firms is halted not by raising costs but by the limitation of demand. Sraffa's insight, "by showing how limited is the domain of applicability of perfect competition, and by breaking the spell, so to speak of the perfectly elastic demand that faces the perfect competitor"
E, parei de ler, repetindo de cor, inúmeras vezes, aquela frase:
"the expansion of firms is halted not by raising costs but by the limitation of demand"
E volto aquela figura da semana passada:
Em Mongo, não faz sentido medir a produtividade de uma empresa contando caudais de quantidades físicas produzidas por unidade de tempo. Em Mongo, faz todo o sentido medir produtividade com base nos resultados financeiros. Por exemplo, com base no rácio entre as vendas e os custos.
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Na terça-feira passada, auditei uma empresa (sector transaccionável) que nos últimos anos aumentou os seus custos deliberadamente, acrescentando operações de fabrico que mais ninguém no seu sector faz, para se diferenciar e, conseguir preços unitários superiores. Recordar a lição de Rosiello no Evangelho do Valor. Entretanto, já mais que duplicou o emprego e a área ocupada. A expansão não é limitada pelos custos mas pela existência ou não de procura.
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Em 2010, escrevi aqui no blogue acerca do truque alemão, para lidar com os custos elevados. Os custos são altos? Sim! Podem ser baixados? Não! Então, o que fazer? Correr o mundo à procura da procura que valoriza o que se produz.
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Ainda outra lição alemã acerca dos custos "We are not cost cutters".
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Em todo este racional, no qual baseio a minha vida profissional, há um senão.
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Na próxima parte vamos desenvolver o ponto que pode pôr por terra toda este racional.
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Continua.
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Trecho retirado do capítulo "The First Imperfect Competition Revolution" de Maria Cristina Marcuzzo, de um livro que não consigo identificar.

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