sexta-feira, fevereiro 14, 2014

E acham que os governos têm alguma coisa a ver com isto?

Do calçado já sabíamos:
"Sector português do calçado exporta mais 8% em 2013 e supera máximo histórico de 1.700 milhões"
Do têxtil também já sabíamos:
"A indústria do têxtil e vestuário também não se ficou atrás. No ano passado, exportou 4,257 mil milhões, um aumento de 3,5%, o que traduz o melhor exercício dos últimos cinco anos, realçou em comunicado a ATP (Associação Têxtil e Vestuário de Portugal). As exportações para países não comunitários cresceram 9% e pesam já 18% no volume total exportado." 
Talvez não seja tão divulgado este outro facto:
"As exportações portuguesas de mobiliário e colchoaria aumentaram 10% de janeiro a novembro de 2013, para mais de mil milhões de euros, no que terá sido um "ano recorde" para o setor, segundo a respetiva associação." 
E acham que os governos têm alguma coisa a ver com isto?
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Se não atrapalhassem tanto ainda podia ser melhor!

3 comentários:

Carlos Albuquerque disse...

"E acham que os governos têm alguma coisa a ver com isto?"

Os governos gerem o estado. Os trabalhadores empregues por estas empresas foram todos formados em escolas privadas? E eles e as famílias usam exclusivamente serviços de saúde e educação privados, sem usarem fundos públicos? E os litígios dessas empresas são resolvidos em tribunais estrangeiros?

Quando as coisas correm mal a culpa é só do estado e dos governos e quando correm bem os governos e o estado não têm nada a ver com isso?

João Pinto disse...

Carlos Albuquerque,

O Carlos esquece-se de que esses trabalhadores e essas empresas contribuem mais do que os restantes para a tal saúde, justiça e educação, sejam administradas pelo Estado ou pelos privados?

Eu vou-lhe repetir um facto: o imposto sobre o capital (que inclui impostos sobre o capital e sobre as empresas - IRC) é o único que representa mais do que média da União Europeia. Todos os outros (sobre as pessoas e sobre a despesa) apresentam taxas efetivas abaixo da média da União Europeia.

Resumindo: eles usufruam dos serviços, mas pagam por eles mais do que os restantes elementos da população.

Pode ver os dados que anuncio aqui: http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_PUBLIC/2-29042013-CP/EN/2-29042013-CP-EN.PDF

Carlos Albuquerque disse...

"esses trabalhadores e essas empresas contribuem mais do que os restantes para a tal saúde, justiça e educação"

Os trabalhadores contribuem em função do salário, não em função das exportações directas do sector em que trabalham. Logo não percebo onde vai buscar a ideia de que estes trabalhadores contribuiriam mais do que outros.

Não estava em causa comparar taxas efectivas de impostos com outros países.

A questão nem sequer é o saldo actual contribuições vs. benefícios dos trabalhadores ou empresas.

A questão é que os trabalhadores hoje têm educação porque o estado lhes pagou a educação sem os deixar presos a empréstimos para o resto da vida. Os trabalhadores têm um sistema de saúde que lhes dá um mínimo de garantias. Os trabalhadores sabem que se não puderem pagar um colégio, pelo menos podem arranjar um lugar na escola pública (quase) gratuita para os filhos. Sem todas estas redes haveria muito menos gente capaz neste país e a que ficasse teria menos formação. Aliás já tivemos isso antes do 25 de Abril.

As empresas que se queixam tanto do estado e dos governos podem sempre procurar outros países, claro. Porque não o fazem? Pura caridade, imagino.