terça-feira, junho 25, 2013

Muito mais do que olhar só para o cliente imediato

Do artigo sobre a Matcerâmica vou buscar e sublinhar este ponto:
"Para entrarmos no mercado dos EUA, contratámos Karim Rashid, que é um dos maiores designers industriais do mundo, para um projecto só nosso, lançado em Nova Iorque. São peças de loiça de mesa com baixo-relevo misturado com decalque de símbolos que significam sentimentos, que são a simbologia dele."
Do artigo "Rei da linha de pesca", incluído no Caderno de Economia do semanário Expresso do passado Sábado, sublinho:
"Como a sorte protege os audazes, no momento em que os seus fios de pesca já tinham uma clientela muito fidelizada no mercado internacional, com um volume de vendas bastante estabilizado, eis que, a 24 de fevereiro. uma das sua iniciativas de marketing produziu um inesperado fruto: Cliff Pace, de 32 anos, natural de Mississippi, um dos pescadores patrocinado pela marca Hi Seas, ganhou o 1º lugar num dos troféus de pesca mais mediatizados dos EUA — o Bassmaster Classic de 2013. que rendeu meio milhão de dólares ao vencedor. "O efeito desta vitória da Hi Seas foi enorme, num mercado como o dos EUA, onde há 50 milhões de pescadores endinheirados", comenta Kemper. "De um dia para o outro, a visibilidade da nossa marca assumiu proporções gigantescas e agora passámos a ter as 3500 lojas da Walmart mais as BOO lojas da cadeia Dick's Sponing Goods a venderem esta linha de pesca", refere."
O ponto comum que queria referir é o da aposta na criação de um ecossistema da procura. Olhar e trabalhar com os clientes é um grande avanço, para quem sempre acreditou que bastava produzir; no entanto, muitas vezes, não basta olhar para os clientes, é preciso olhar para os clientes dos clientes (recordar por exemplo os frangos Purdue).
.
Trabalhar os influenciadores e os prescritores para chegar aos consumidores:

Os consumidores são os únicos aliados na guerra das prateleiras com a distribuição.



5 comentários:

Bruno Fonseca disse...

tenho ideia da Matcerâmica ser a maior empresa de faianças da Europa, contudo no artigo refere exactamente que são "das maiores".

não interessa. de qualquer das maneiras, tanto a Filkemp como a Matcerâmica conseguiram fazer estas parcerias com os "trend makers" porque tinham alguma dimensão. sem querer parecer repetitivo, nesse mesmo artigo, o director geral da "Imperalum" refere que "para ter capacidade exportadora, uma empresa tem de ter um balanço forte, porque exportar custa dinheiro".

para ter esta capacidade de chegar aos designers, de ir a várias feiras, de investir em unidades fabris, tem que se ter alguma dimensão. uma micro empresa do sector nunca teria esta capacidade.

em relação à Filkemp, mais uma "externalidade" positiva de um investimento alemão. a empresa apenas existe porque houve a atracção de IDE alemão, que deixou know-how. e permitiu à empresa tornar-se independente. um pouco à semelhança da Bluepharma, uma das maiores exportadoras de medicamente em PT. começou por ser um investimento directo da Bayer, mas quando foi para sair, algumas das "forças vivas" de Coimbra assumiram a empresa, que hoje é um case study. é um excelente exemplo do valor que trazem as multinacionais, mesmo quando saiem

Bruno Fonseca disse...

já agora, quero deixar um artigo muito interessante que saiu no Negócios.

trata-se da empresa Couro Azul, do segmento dos curtumes. tenho ideia que este sector, bastante ligado a Alcanena, que é fortemente exportador e tem clientes de top a nível mundial, apenas não é tão conhecido e divulgado na imprensa porque não está no Norte. se estivesse no Norte, era mais divulgado como um "bom exemplo do Norte trabalhador, etc etc etc".

segue junto o link
http://www.portugalglobal.pt/PT/PortugalNews/RevistaImprensaNacional/Comercio/Documents/Novo%20Porche_jneg240613.pdf

já agora, queria apenas deixar uma referência para a segundo página, quando refere que a AutoEuropa foi o inicio para trabalharem o sector automóvel, que hoje é a maioria, e que hoje representa apenas 2% das vendas. é mais um caso de uma empresa que aproveitou a entrada do segmento automóvel em Portugal para entrar em áreas de negócio mais sofisticadas e exigentes.

espero que a Embraer crie oportunidades da mesma grandeza

CCz disse...

OK Bruno,

Não estou tão preocupado com a marcação do 2º golo. Estou mais focado com a marcação do 1º, depois, as melhores subirão para o 2º.

Bruno Fonseca disse...

bom comentário.

como trabalho mais no 2º nível, provavelmente o meu mindset está focado para esse estágio de desenvolvimento.

como se diz na gíria do futebol "vamos ao segundo golo que o primeiro está atrasado" =)

um bem haja!

CCz disse...

"como trabalho mais no 2º nível, provavelmente o meu mindset está focado para esse estágio de desenvolvimento."

Esse também é um comentário muito bom, um comentário que ajuda a enquadrar muita coisa.