segunda-feira, abril 01, 2013

(De)volução

Primeiro o "disclaimer":
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O negócio do preço mais baixo e da eficiência é honesto e é legal!
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Tem é o problema adicional de não ser para quem quer mas para quem pode competir nesse segmento. Por isso, faço a minha pregação contra o endeusamento do eficientismo no altar da competitividade.
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Sempre que um concorrente, normalmente grande ou muito maior, envereda pelo eficientismo e dá cartas nesse campeonato, abrem-se oportunidades para quem faz diferente e se dedique a servir a multidão de weirdos que dão valor ao que foi relativizado e estão descontentes com a (de)volução:

"It’s become fashionable to discuss the creeping decay in advanced economies, particularly the US, both in term of third worldification and end of empire. The more apocalyptic turn to theories of collapse from writers like Jared Diamond and Jacques Tainter. But I think they miss one aspect that may prove to be important, that of how the pursuit of efficiency doesn’t always produce net gains, as economic theory might tell us."
"It appears that its answer to every competitive challenge is to cut costs further. It has gone way beyond the point of maximum advantage as a result. It is losing customers to Costco and Target because it has cut staffing so far that even bargain hunting customers find checkout lines to be intolerably long; they’d rather pay a smidge more to be spared the nuisance."
Ainda no Sábado passado entrei no Pingo Doce de Estarreja com uma lista de compras (pão; fiambre; iogurtes; hortaliça; ração para o cão e cereais para o pequeno-almoço do mais novo), olhei para as longas filas nas caixas abertas e fiz marcha-atrás. Quem ganhou foi o Intermarché a 200 metros de distância.

"Jackson said her store began cutting hours a year ago,"
O Pingo Doce começou a fazê-lo há menos de um ano.
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Impressionante como se cai nesta espiral:
"Wal-Mart is entangled in what Ton calls the “vicious cycle” of under-staffing. Too few workers leads to operational problems. Those problems lead to poor store sales, which lead to lower labor budgets." 
A ler também "Future of Retail: Companies That Profit By Investing in Employees", "Why "Good Jobs" Are Good for Retailers" e "CRUMMY RETAIL JOBS ARE A CORPORATE CHOICE, NOT A LAW OF NATURE"

2 comentários:

Bruno Fonseca disse...

o Pingo Doce está a entrar num segmento muito hard-discount. provavelmente será influência da Biedronka, que é mais "hard discount" que o próprio Pingo Doce.

se analisarmos ao longo dos anos, o Pingo Doce tem tido um comportamento (a meu ver) bastante diferente do Continente, por exemplo.

no Pingo Doce as filas são uma constante (deixei de utilizar por esse motivo, para ir buscar pão e queijo demora-se uma eternidade para pagar). além disso, quase retiraram produtos que não sejam próprios, pagam-se os sacos, pouca variedade ao nível de delicatessens (em relação à charcutaria ou queijos, está a léguas do Continente).

cada vez mais o concorrente do Pingo Doce é o Minipreço.

a questão é que, provavelmente, o Pingo Doce consegue efectivamente ser um líder a nível de preços. acho que eles podem entrar nessa guerra porque têm condições para tal. e quanto maiores ficarem no global (Polónia, Portugal e Colômbia), mas importante será que a estratégia seja transversal a todos eles.

CCz disse...

Caro Bruno,

Eu sou só uma pessoa, não sei se sou exemplo representativo. Nas últimas 2 semanas no Pingo Doce de Estarreja já tive de voltar à loja 2 vezes por causa de erros da loja. Compra na charcutaria do produto A e aplicaram o preço do produto B (2 vezes mais caro) até pacote de batatas fritas com mais de 3 semanas fora do prazo de validade... só descobri por causa do sabor a ranço.

Serão sintomas de algo em curso?

Talvez isso esteja a contribuir para isto http://balancedscorecard.blogspot.pt/2013/04/como-e-que-narrativa-da-espiral.html