quarta-feira, janeiro 12, 2011

Só agora...

Só agora é que esta mensagem está a chegar aos jornais...
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"Criar valor"
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"Muitas empresas estabeleceram planos de redução de despesas agressivos. Nas instituições públicas as oportunidades de melhoria são muitas. No entanto, a lógica de redução de custos é insuficiente. Sob pena de a economia portuguesa entrar em recessão durante anos. O desafio para as instituições portuguesas é o da criação de valor. Não é um chavão sem conteúdo. É um conceito que, se bem entendido e aplicado, pode ajudar a resolver os problemas de eficácia e de eficiência das nossas empresas e organizações públicas."
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Tanto atraso!!!
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Qual é a receita alemã? E agora somos todos alemães, com o euro.
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Concentração na criação de valor e não no corte de custos.
Concentração no numerador e não no denominador.

2 comentários:

Jonh disse...

Mas a forma como estes opinadores (fazedores de opinião) relatam esta criação de valor é muito vaga.

O que é que a maioria das pessoas entende por criação de valor? Será que os leitores do jornal diário "económico" de hoje, ao ler este artigo, ficaram a perceber qual a solução? Há muitas pessoas que sabem o que aquilo quer dizer, mas a maioria não faz a mínima ideia....

Tenho a ideia que estes economistas são demasiado vagos, seja por distracção ou ignorância.

CCz disse...

Caro John,

Mas é que não sabem mesmo!!!
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Foram criados e mentalizados noutra época, a época em que a eficiência e o custo decidiam tudo. Agora, quando nos estamos a transformar no planeta Mongo, continuam a repetir instintivamente as lições que aprenderam, a sua mente está agrilhoada a um modelo mental obsoleto.
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Ontem num comentário a um blog escrevi:
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Estas narrativas da competição pelo preço em países como a Alemanha ou a Suiça não colam.
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Factos:
* o franco suiço valorizou-se 24,3% face à zona euro e 22,7% face ao dólar durante o ano de 2010.
O que é que aconteceu?
* As exportações suiças cresceram 28,2% em dólares
* O superavit comercial suiço cresceu de 1030 milhões para 1977 milhões, ou seja, 91,9% em dólares e 54,6% em francos suiços.
Estamos noutro mundo competitivo mas os macro-economistas, educados no tempo em que só se competia pelo preço, repetem sempre a mesma sebenta. Fazem-me lembrar os meus professores na universidade, doutorados antes do choque petrolífero de 73, tudo se resolvia como se a energia não fosse um custo.
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Dados trabalhados por Juan Carlos Barba no Facebook