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Que sentido faz um funcionário do Estado central dizer isto "Portugal deve seguir uma política de "contenção e disciplina" salarial":
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"toda a actividade económica portuguesa deve seguir uma política de "contenção e disciplina" salarial para que a competitividade do país não seja prejudicada"
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1º Estes políticos de todas as cores e da oposição e da situação não têm direcção, decidem para onde está o vento, não há pensamento estratégico... política de carrinho de choque, muito barulho, muito movimento, mas na média não se sai do sítio.
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2º O ministro olha para a economia como:
Um bloco homogéneo... e só sabe mexer na alavanca do custo para aumentar a produtividade, ou seja, está algemado mentalmente ao jogo do gato e do rato (parte I, parte II, parte III, parte IV, parte V, parte VI, parte VII)
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3º O ministro não faz a mínima ideia de como competir num país com moeda forte (parte I a V, parte VI)
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O ministro e os macroeconomistas foram educados num mundo onde aprenderam:
- o mercado é composto por um conjunto de agentes;
- os agentes são racionais;
- os agentes tomam decisões racionais;
- e outras tretas do género, simplificações usadas para poder modelar a realidade.
5 comentários:
Brilhante Carlos, brilhante.
«e outras tretas do género, simplificações usadas para poder modelar a realidade».
É verdade e é de facto lamentável que os políticos, comentadeiros e mainstream sejam tão ignorantes. Temos que voltar a falar da informação económica.
Um funcionário meu teve um reunião hoje de manhã com vário doutorados em tecnologia de um instituto público com alum mérito. Ficamos preplexos com o facto de aparentemente sabermos, ao fim de algumas semanas de pesquisa, mais do que eles, no nosso assunto específico.
O que dá azo para optimismo não documentado sobre as inovações que queremos implementar. O que seria se todas as PMES seguissem este exemplo...
Da facto é necessário muita cautela antes de se preferir receitas únicas. Aliás, proferir nesta altura receitas únicas é um indicador de profunda ignorância.
O tempo é escasso, mas essa citação faz-me lembrar a política do rigor. Desde quando é o rigor é alienável?
Perfeitamente de acordo.
"Um funcionário meu teve um reunião hoje de manhã com vário doutorados em tecnologia de um instituto público com algum mérito. Ficamos perplexos com o facto de aparentemente sabermos, ao fim de algumas semanas de pesquisa, mais do que eles, no nosso assunto específico."
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A mim não me surpreende.
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A paixão é inversamente proporcional ao tamanho da organização.
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O que ganha (não estou a falar de dinheiro) um investigador num instituto público com um projecto de investigação? Ou é um funcionário, ou é um apaixonado fanático. Se for um funcionário competente... tem um ritmo que não se compadece com o ritmo actual da vida económica. Depois, é estrangulado, estiolado e humilhado na sua "criatividade" por chefes políticos, regras obsoletas, regras absurdas, equipamentos desadequados, timmings do tempo em que as encomendas chegavam por correio.
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E depois, o foco, a concentração é muito importante.
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"O que seria se todas as PMES seguissem este exemplo..."
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Mas José... esse é que deve ser a missão de quem neste país já viu a luz, de quem já teve a sua experiência de Damasco... pregar que "YES WE CAN" não para copiar, não para impor, mas para mostrar e fazer sentir que não estamos condenados ao mundo do preço e dos custos.
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E não é preciso investir milhões... essa é a abordagem mais comum por que é a abordagem de quem quer desafiar os incumbentes sendo como eles, atacando no seu campo preferido. O truque está em não seguir as práticas e os mercados em que os incumbentes possam dar cartas.
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MOSTRAR e fazer SENTIR é mais poderoso que dezenas de sermões de consultores, professores e ministros.
E estamos condenados a isto... http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Joao-Duque-acredita-que-setor-privado-vai-acompanhar-reducao-dos-salarios-na-administracao-publica.rtp&article=393446&layout=10&visual=3&tm=6
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