Há dias, no seu blogue, Krugman publicou um postal intitulado "
That '30s feeling"
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As grandes obras públicas estão a revelar-se incapazes de diminuir o desemprego em Bragança, com os inscritos nos centros de emprego a aumentarem, apesar das necessidades de mão de obra serem suficientes para absorver todos os desempregados da região.
O distrito está transformado num estaleiro, com empreitadas em simultâneo de estradas e barragens que representam um investimento sem precedentes no Nordeste Transmontano superior a 1.500 milhões de euros, só na fase de construção."
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Se não fosse trágico era uma excelente comédia...
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Façamos contas de merceeiro:
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Estipulemos que 50% dos desempregados são mulheres... alguém está à espera de ver, em Portugal, mulheres nas obras (além das licenciadas)?
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Dos restantes 50% (homens) quantos é que vêm de empregos com trabalho ao ar livre (construção, agricultura, ...)? E quantos dos que vêm de empregos fabris, escritórios e serviços, estão preparados para morder o pó da terra?
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Até parece que pensam que estamos nos anos 30 do século XX norte-americano em que exércitos de agricultores, expulsos das suas terras, habituados a trabalhar a terra estavam disponíveis.
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O emprego, tal como o lucro, é uma consequência, não um objectivo para o qual se trabalhe directamente.
1 comentário:
A mão de obra que poderia trabalhar nesse sector, emigrou do distrito há já 3 ou 4 anos, primeiro para espanha e quando rebentou a construção em espanha emigraram todos para angola. O distrito perdeu em população real, fixa acima de 15% da população activa. E isso nota-se nas ruas, nas escolas... em todo o lado.
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