Do artigo de opinião do Jornal de Negócios de ontem “Desemprego e verdades (in)convenientes”, assinado por Glória Rebelo, retiramos o seguinte extracto:
“Por tudo isto, e também porque a génese da construção da União Europeia foi (é, e será) a partilha do interesse comum entre os Estados, urge reconhecer que a única resposta eficaz a todos estes desafios – e reveladora da sua coesão – passa pela concepção de uma "Política Laboral e de Emprego Europeia", una e transversal ao conjunto dos Estados-membros, capaz de assegurar emprego e bem-estar a todos os europeus.”
Cheira-me a conversa da Velha Europa a tentar controlar a Nova Europa!
O que será isto de "Política Laboral e de Emprego Europeia"? Válida para a França decadente, para o ingovernável Portugal, e para a jovem Letónia, em simultâneo?
Quando desenhamos um mapa da estratégia, temos o cuidado de chamar a atenção, para o facto de, apesar dos resultados financeiros serem o objectivo último, são uma consequência. Assim, não trabalhamos directamente para os resultados financeiros, trabalhamos e investimos a montante, para conseguir a jusante os resultados financeiros futuros desejados.
Os políticos, parece que não seguem esta prática, trabalham directamente para obter resultados a nível do emprego… só que o emprego sustentado é uma consequência, não o fruto de trabalho directo. Temos de trabalhar a montante, para que o crescimento económico aconteça, acontecendo o crescimento económico, o emprego crescerá.
A autora refere “No actual contexto socioeconómico, alguns investigadores sociais temem que, tendencialmente, "o crescimento económico deixe de significar criação de emprego".”
Só se for na Velha e Empedernida Europa, por que: “A taxa de desemprego nos Estados Unidos, no mês de Abril, baixou para 3,9%, o valor mais baixo dos últimos "30 anos“.
IMHO, traduzo os objectivos da Estratégia de Lisboa, da seguinte forma:Investir na inovação, para se ser competitivo (pela produtividade e não pelo preço) e para assentar num desenvolvimento sustentado. Assim, teremos crescimento económico, que gerará emprego e promoverá a coesão social.
Os objectivos não são todos iguais: A imagem aqui é absurda, contudo, quando olho para um balanced scorecard com iniciativas programadas, directamente associadas a indicadores financeiros e de clientes, apetece-me fazer logo um comentário-boi “Huuuuuummmm… cheira-me a esturro”.
1 comentário:
A sua argúcia, meu Querido Carlos - permita-me a familiaridade - o seu conhecimento, a sua lógica, tudo aquilo que escreve dia a dia e depois tão generosamente partilha com quem o quiser ler, tudo isso, dizia eu, me faz pensar: "Mas onde é que andamos com a cabeça? Este jovem diz estas coisas que estão mesmo à frente do nariz e nós só as vemos depois de as ter desvelado?" Não é sem razão que a sua Mãe tem tanto orgulho em si. E recomenda o seu blog a pessoas interessadas. E interessantes. Com os meus cumprimentos, considere-me ente os que o admiram. O nome é irrelevante.
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