terça-feira, maio 25, 2010

Custa assim tanto meter isto na cabeça?

Antes do meu jogging da manhã li este artigo no JdN:
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""A economia tem sido destruída pelo euro"" e pensei para comigo "Q.E.D.!" acerca dos comentários sobre os macro-economistas obsoletos que fiz neste postal "Há mais marés que marinheiros! (parte II)"
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Suspirei e tentei acalmar-me "A Lei da Vida há-de, mais tarde ou mais cedo libertar-nos deste lastro mental moldado noutros tempos!"
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Durante o meu jogging ouvi no RCP o comentário diário de Camilo Lourenço e fiquei mais pessimista...
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Estes macro-economistas são também professores...
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PROFESSOR
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Ou seja, este macro-economista que só conhece a variável preço/custo e não descobriu ainda a variável valor está, como professor, a moldar as mentes de futuros economistas na mesma prisão arcaica...
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Camilo Lourenço recorda que durante esta primeira década do século XXI os custos unitários de trabalho na Alemanha baixaram 12% enquanto que, durante o mesmo período, em Portugal subiram 14%. O que é que isto quer dizer?
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Paletes de macro-economistas vão responder, apoiados por Vítor Constâncio, Vítor Bento, Ferraz da Costa, Daniel Bessa, Daniel Amaral, et al..., "Os salários alemães foram cortados!" (Talvez isso tenha acontecido em parte nas indústrias do preço-baixo como o automóvel, pois aí trabalhadores alemães competem de igual para igual com portugueses, eslovacos et al...)
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Entre 2002 e 2007, na antiga Alemanha Ocidental, o salário médio subiu 9% (ver tabela 1 da página 6 do artigo "20 years of German unifi cation: evidence on income convergence and heterogeneity")
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Então.... admirados!!!!!
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Vejamos a definição de custo unitário do trabalho:
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Reparem o que um professor de economia ainda não percebeu: average labor cost per unit of output!!! Custa assim tanto meter isto na cabeça?
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O que a Alemanha aprendeu há décadas é o mesmo que a nossa indústria do calçado está a descobrir com crescente confiança nesta última década: podemos competir em mercados competitivos se aumentarmos o valor do resultado do esforço do nosso trabalho+capital+cérebro.
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É a minha velha cruzada: leiam Rosiello, leiam Baker, descubram como o numerador é mais potente que o denominador - valor, valor, valor, valor.

1 comentário:

Jose Silva disse...

Pior do que Engenheiros julgarem que a Produtividade é física (ex: nº de peças por hora), só mesmo os macro-Economistas não perceberem que a Produtividade é um rácio medido em unidades monetárias.

Aos primeiros é desculpável o erro. Aos segundos não.