quarta-feira, julho 30, 2008
O paradoxo da estratégia (parte X: cenários, futurização e incerteza)
Continuado daqui.
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O outro extremo de actuação governamental, para fazer face à nova crise orçamental e à onda demográfica, passa por uma opção radical como o cheque-ensino.
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A adopção do cheque-ensino provocará manifestações, greves, conflitualidade entre docentes e não-docentes com o Ministério da Educação, o que reforçará a percepção de insegurança e de falta de qualidade do ensino.
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As escolas sem um posicionamento estratégico correm o risco de caírem numa espiral de degradação que as levará a perderem alunos e por isso financiamento, e por isso a fecharem.
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As escolas públicas e privadas com um posicionamento estratégico deliberado aspiram a cair numa espiral virtuosa: mais qualidade de ensino, mais segurança, melhor ambiente escolar. Acreditam que essa espiral as levará a captar mais aluno e por isso a obter mais financiamento.
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Como é as que escolas públicas terão de se organizar para poderem escolher a sua própria estratégia? Para poderem, elas próprias, optar por tomar decisões e desencadear acções para, por exemplo, privilegiar determinados cursos no Secundário em detrimento de outros, ou para optarem por cargas horárias diferentes a determinadas disciplinas? Para poderem estabelecer os seus próprios critérios de admissão e remoção de professores?
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Na nossa sociedade regemo-nos(?) por regras democráticas, não creio (IMHO) que tal modelo funcione em organizações com um fim, com um propósito, mas essa é outra discussão.
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A conclusão a que eu chego, nestes dois cenários extremados é a mesma, ou seja é independente do cenário escolhido. As escolas com futuro serão as escolas que adoptem um posicionamento estratégico deliberado, que apostem na qualidade do ensino, que apostem no reforço da segurança e na melhoria do ambiente escolar.
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Tendo analisado as implicações de vários cenários extremados, podemos equacionar que opções estratégicas podemos tomar que "funcionem" independentemente do futuro que aí virá, opções mais robustas. Esta é a grande vantagem da criação de cenários: que decisões posso tomar hoje e que resultem, independentemente do futuro que aí vem e que nunca saberemos qual é.
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Contudo, acredito que o paradoxo da estratégia é tanto mais forte quanto mais retorno económico estiver em jogo e que haverá sempre lugar à aposta com base no sentimento.
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O outro extremo de actuação governamental, para fazer face à nova crise orçamental e à onda demográfica, passa por uma opção radical como o cheque-ensino.
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A adopção do cheque-ensino provocará manifestações, greves, conflitualidade entre docentes e não-docentes com o Ministério da Educação, o que reforçará a percepção de insegurança e de falta de qualidade do ensino.
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As escolas sem um posicionamento estratégico correm o risco de caírem numa espiral de degradação que as levará a perderem alunos e por isso financiamento, e por isso a fecharem.
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As escolas públicas e privadas com um posicionamento estratégico deliberado aspiram a cair numa espiral virtuosa: mais qualidade de ensino, mais segurança, melhor ambiente escolar. Acreditam que essa espiral as levará a captar mais aluno e por isso a obter mais financiamento.
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Como é as que escolas públicas terão de se organizar para poderem escolher a sua própria estratégia? Para poderem, elas próprias, optar por tomar decisões e desencadear acções para, por exemplo, privilegiar determinados cursos no Secundário em detrimento de outros, ou para optarem por cargas horárias diferentes a determinadas disciplinas? Para poderem estabelecer os seus próprios critérios de admissão e remoção de professores?
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Na nossa sociedade regemo-nos(?) por regras democráticas, não creio (IMHO) que tal modelo funcione em organizações com um fim, com um propósito, mas essa é outra discussão.
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A conclusão a que eu chego, nestes dois cenários extremados é a mesma, ou seja é independente do cenário escolhido. As escolas com futuro serão as escolas que adoptem um posicionamento estratégico deliberado, que apostem na qualidade do ensino, que apostem no reforço da segurança e na melhoria do ambiente escolar.
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Tendo analisado as implicações de vários cenários extremados, podemos equacionar que opções estratégicas podemos tomar que "funcionem" independentemente do futuro que aí virá, opções mais robustas. Esta é a grande vantagem da criação de cenários: que decisões posso tomar hoje e que resultem, independentemente do futuro que aí vem e que nunca saberemos qual é.
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Contudo, acredito que o paradoxo da estratégia é tanto mais forte quanto mais retorno económico estiver em jogo e que haverá sempre lugar à aposta com base no sentimento.
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2 comentários:
A qualidade e a segurança já eram dados adquiridos. Hoje, as ciências da Educação, reforçam, e de que maneira, considerando que é ai que se joga o futuro das boas escolas, a importância do Ambiente Escolar.
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E aqueles que fazem uma correcta avaliação e auto-avaliação da sua estratégia.
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Gostaria de entender melhor, caro Carlos, a questão do retorno económico... penso que é uma questão não só para as escolas privadas mas também para as estatais, correcto?
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E sem esquecer o lugar dos sentimentos na estratégia e também o lugar dos sentimentos na própria vida da escola (aqui também se investe no tal ambiente escolar).
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Estive com a nossa amiga voluntária... uma mulher adorável.
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Carpe diem!
As escolas privadas obtêm um retorno económico que advem da sua capacidade de cativar clientes dispostos a trocar dinheiro por um valor que atribuem ao serviço prestado por essa escola.
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As escolas públicas obtêm o seu financiamento do orçamento do estado.
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Quanto mais problemas tivermos com o défice maior a pressão colocada sobre as escolas públicas para que seja mais eficientes, para gastarem menos euros por aluno.
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Quanto ao lugar dos sentimentos na estratégia, espero amanhã escrever sobre o quão importantes os considero.
Um abraço
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