quinta-feira, outubro 06, 2011

Não é preciso ser doutor para criar empresas com futuro (parte II)

Após o rol de problemas em empresas têxteis que aqui são referidas, fica bem... sabe bem, mais de 3 anos e meio depois, com uma grande recessão internacional pelo meio, descobrir que a Inarbel continua a sua caminhada bem sucedida.
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Primeiro, recordar a parte I.
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Depois, ler "Jogar ao ataque nos mercados internacionais"... um exemplo vivo do que é ter pensamento estratégico:
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"Após o diagnóstico, em 2002 tomou uma decisão que alterou a dinâmica da Inarbel: José Armindo decidiu apostar numa nova marca de roupa para bebé, criança e adolescentes até aos 16 anos, a Dr. Kid. (Moi ici: Criação de uma marca destinada a um público-alvo)
O porquê dessa decisão explica-a em duas pernadas: "Com as empresas a fugirem para as fábricas do Leste europeu, primeiro, e da Ásia, depois, achei que a solução passava por criar uma marca própria, de gama média-alta, (Moi ici: Gama média-alta, ou seja, nicho. Subida na escala de valor) que me garantisse sempre uma parte da produção da fábrica." (Moi ici: Conjugar marca própria com private label. A marca própria serve de exemplo, de montra do potencial da empresa para trabalhar em private label)
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"Prospecção feita em vários mercados, criou um departamento de Marketing e Planeamento, contratou uma estilista, e a primeira colecção da Dr. Kid chegou ao mercado em 2003. Mas as mães portuguesas não eram o único público-alvo que o empresário queria cativar. Espanha e Estados Unidos foram definidos logo à partida como mercados prioritários. (Moi ici: Como disse a administradora da Lusomedicamenta, "um mercado de 10 milhões é muito pequeno", e para quem trabalha para nichos ainda mais pequeno. É preciso seguir a receita alemã, correr o mundo à procura de clientes-alvo sintonizados com a proposta de valor em vez de ter uma fábrica dilacerada por n propostas de valor, algumas até contraditórias entre si)
Já com duas estilistas em permanência, a Dr. Kid pode ser encontrada em 22 países, tão diferentes como Rússia, México, Inglaterra, França, Turquia, Grécia, Ucrânia, onde chega através de uma rede de 40 agentes estrangeiros. Em Portugal tem cinco lojas próprias, todas num raio de 50 quilómetros da fábrica, e 200 clientes de retalho através dos quais está presente em lojas multimarca.
A marca foi crescendo, reposicionou-se para um público até aos 12 anos, e "agora já tem a enormíssima responsabilidade de representar entre 30% a 40% da nossa produção", refere. "Não quero crescer muito mais com a marca. Porque também é um risco: se tivermos o azar de um ano não acertar bem com as colecções ou se houver uma quebra significativa no consumo de um dos mercados mais importantes, isso vai reflectir-se na facturação da empresa."
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Tal como outras empresas do sector, José Armindo sente o regresso a Portugal de marcas internacionais que na última década tinham optado por países de produção mais barata. "Agora já me posso dar ao luxo de seleccionar os clientes. (Moi ici: Cá está a tal onda que também se sente nos EUA e que pode compensar o efeito da recessão europeia) Isso porque fizemos uma aposta muito forte na internacionalização e também no delinear de uma estratégia", justifica. E, além da qualidade reconhecida, tanto da marca própria como dos trabalhos desenvolvidos para outras empresas, reconhece que o "made in Portugal" é sinónimo de qualidade". "Aliás, tenho clientes que me pedem mesmo para colocar na etiqueta 'Made in Portugal' e não 'Made in União Europeia'", ilustra. (Moi ici: E esta hem!!!)

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