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terça-feira, fevereiro 19, 2008

Olhar para o futuro

Há dias numa escola, ao olhar para um painel feito pelos alunos, sobre os descobrimentos e possessões portuguesas dos séculos XV e XVI, fiz um comentário-reflexão com duas professoras que me acompanhavam.
Ontem de manhã, a minha filha contou-me que a sua turma está a desenvolver um trabalho sobre Portugal, para depois, via internet trocarem a informação, em inglês, com uma escola polaca. À minha filha calhou-lhe trabalhar sobre figuras portuguesas: Amália; Eça; Vasco da Gama e Fernando Pessoa.

A história é muito importante! Não há dúvidas!
Mas num país como Portugal, tão rico em história, com gente tão hollywoodesca (no melhor sentido da palavra)... não corremos o risco de sobrecarregar os alunos com tanto peso histórico que fiquem com receio de não estar à altura da herança?

Afinal, na parábola dos talentos que Jesus contou na Galileia há dois comportamentos possíveis: arriscar, investir ou o medo de perder...

O comentário que me surgiu ao olhar para o painel foi algo do género: e se em vez de olharmos sempre para o passado, para o que os nossos antepassados fizeram, olhássemos para o futuro?
Por que não fazer um painel sobre Portugal em 2108?
Obrigava os alunos a fazer uma coisa que fazemos pouco. Olhar para depois de amanhã!
Ao olhar e ao retratar o Portugal hipotético do início do século XXII, talvez fosse possível incutir a noção de causa-efeito. Não há acasos!
Seremos como país futuro real, o somatório das acções que todos nós vamos fazer durante a nossa vida.
Se queremos um país futuro real com as características xis, o que é que cada um pode fazer? Qual o desafio que tem pela frente?

Os alunos seriam projectados para o futuro, aprenderiam qual a sua contribuição possível, aprenderiam que não há nada que nos garanta que o futuro será melhor que o passado se não fizermos por isso.

Gente com esta experiência, com 2/3 anos de treino, quando chegasse à vida activa... estaria muito mais apta a gerir a sua vida, estaria muito mais vacinada contra a demagogia dos políticos e autarcas, seria muito mais exigente consigo e com os outros.

quarta-feira, novembro 07, 2007

Tenho dúvidas

Tenho dúvidas: "Craft a succinct statement of the desired strategic position, and … put into as few words as possible a description of where the organization’s leadership wants to be five years from now with respect to each of those seven elements."

Será que uma boa descrição do futuro, em vez de sucinta, não proporciona melhores pistas para o que há fazer?

Será que uma boa descrição do futuro não pode funcionar como um exercício de reconstituição facial?

Da descrição retiram-se tópicos que fazem emergir um retrato?

quinta-feira, novembro 01, 2007

"Futurização" das organizações (parte III)

"Deciding where the organization should be is decidedly not a fact-based exercise. It is more an expression of collective desire than a prediction. To accomplish it, one's orientation to time must shift from a combination of present-day realities and historical facts to the future. The planning work is no longer a matter of discerning what is factual and important: it is a matter of deciding what should be factual at some point in the future. Moreover, it involves a larger group of people, and so it necessarily has to be based on a substantial consensus.
This is a problem. Groups usually prefer to problem-solve with the expectations that there is at least one or more demonstrably correct answers out there somewhere. But that's not the point in this part of strategic positioning. As a collective expression of a desired strategic position, the planning group is not problem-solving, it is imagining. And that imagining should be rooted in reality but not unduly bound by it.
This requires an entirely different, and for most people somewhat unfamiliar, way of thinking."
...
"What will success look like in the future? Where do you want to be? How high do you want to go?
There is always a considerable amount of ambiguity in this question, and there is no right answer that anyone can discern at the moment it is asked. But there is something else about this divergent thinking task. Not only does it have no correct answers, it also requires a considerable amount of will, a kind of institutional ego that says, "this is the way we want it to be, and this is the way it will be."

Trecho extraído do livro "Nonprofit Strategic Positioning - Decide Where to Be, Plan What to Do" de Thomas McLaughlin.

É mesmo isto!!!

Sem tirar nem acrescentar.

quinta-feira, outubro 11, 2007

O meu presente não existe senão graças ao meu futuro

Desde o berço (se calhar até antes) que nos especializamos a detectar relações de causa-efeito, para aprender a agir, para aprender a tomar partido da realidade que encontramos, para influenciar resultados futuros desejados. Assim, parece ser claro, para todos uma figura como a que se segue:
À priori temos uma causa que gera um efeito. A causa precede, é anterior ao efeito.

O efeito pode, por sua vez, ser visto, ser classificado, como uma causa de um outro efeito futuro:Assim, podemos imaginar uma longa cadeia de relações de causa-efeito entre um estado actual (causa 1) e um estado futuro (efeito n). Ou seja: É pois possível traçar, desenhar uma cadeia de rastreabilidade entre o hoje e o futuro. O futuro aparece como uma consequência natural da sequência de acontecimentos ao longo do tempo.

Agora, imaginem a seguinte situação, avaliamos, documentamos, retratamos, descrevemos uma realidade actual. E depois, viajamos mentalmente no tempo, e imaginamo-nos num tempo, num estado futuro. Um estado futuro com uma particularidade interessante, é um estado futuro desejado, não é um local de descoberta, é um local de destino conhecido. Esta situação é diferente, sabemos onde estamos, e sabemos onde queremos chegar no futuro. Então, colocados mentalmente no futuro, vamos começar a “puxar” a nossa realidade, para que ela um dia, se transforme na realidade futura desejada.
Quando não equacionamos o futuro desejado, vamos, um pouco às cegas, tacteando, apalpando o caminho por entre uma noite de nevoeiro, vamos empurrando a realidade, para algures lá à frente.

Primeiro: Depois:
Quem se coloca mentalmente no futuro gera uma situação paradoxal (será?). O futuro desejado (o efeito n), a consequência, o resultado, transforma-se numa causa do presente!!!
Ou seja: Assim, há que equacionar o futuro desejado onde queremos chegar, para começar a actuar sobre o presente, de forma planeada, de forma deliberada.

“Isto faz-nos constatar de que a minha vida de agora, presente ou actual e, portanto, o meu “eu” agora, actual e presente é o que é graças a um meu eu futuro, à minha vida futura e não o contrário.”

“Quer dizer, que agora não vivem apenas a vossa vida de agora mas – ao mesmo tempo, no mesmíssimo tempo do relógio – vivem no vosso futuro.”

“Mas sucede que na vida a causa do nosso agora é o nosso futuro, portanto, é anterior.”

“O meu presente não existe senão graças ao meu futuro, sob a pressão do meu futuro. Pois bem, isto significa que neste agora do tempo que um relógio mede eu sou de cada vez o meu futuro e o meu presente”
“Digo, pois, que eu agora sou conjuntamente futuro e presente. Esse meu futuro exerce pressão sobre o agora e dessa pressão sobre a circunstância brota a minha vida presente”
.
Excertos de poesia retirados de “O que é o conhecimento?” de Ortega Y Gasset