"Luxury chocolatiers are shrugging off volatile raw material costs to enjoy a boom in demand, saying some consumers are responding to the higher prices and reduced cocoa content in mass-market products by trading up to premium offerings."
quarta-feira, abril 23, 2025
Chocolate - luxo e massificado - diferentes comportamentos
No FT do passado dia 21 de Abril encontrei um artigo muito interessante, "Appetite for luxury boosts premium chocolatiers":
Apesar da forte escalada dos preços do cacau — que triplicaram no último ano devido às más colheitas na África Ocidental — o segmento do chocolate de luxo está a prosperar. Marcas como Venchi, Domori (Rococo e Prestat), Neuhaus, Jeff de Bruges, Corné Port-Royal, Artista e Läderach registaram crescimentos robustos. Em contraste, os grandes fabricantes de chocolate de consumo massificado, como a Hershey's, a Mondelez (Oreo), a Nestlé (KitKat) e a Barry Callebaut, enfrentam quebras nas vendas e alertam para pressões acrescidas sobre a rentabilidade.
Com o aumento do custo do cacau, o chocolate tornou-se um bem mais caro. Para o segmento massificado, este cenário representa um desafio: os consumidores mais sensíveis ao preço reduzem o consumo, pressionando tanto as vendas como os lucros. Já as marcas premium, com maior capacidade de diferenciação e dirigidas a públicos menos sensíveis ao preço, conseguem repercutir parte dos custos e, ao mesmo tempo, reforçar a sua imagem de exclusividade — o que lhes permite continuar a crescer, mesmo num contexto adverso.
Está a verificar-se um fenómeno de "fuga para cima" no mercado: perante chocolates mais caros e de menor qualidade — com menos cacau e ingredientes substituídos por alternativas mais baratas — muitos consumidores optam por pagar um pouco mais por chocolates de qualidade superior. As marcas premium têm investido fortemente em inovação, apostando em sabores diferenciados e experiências únicas, capazes de atrair consumidores dispostos a pagar mais por produtos verdadeiramente distintos.
O chocolate de luxo mostra-se, assim, mais resiliente à crise. As suas margens elevadas permitem absorver os custos acrescidos, e nem mesmo a pressão do custo de vida tem travado a procura por pequenos prazeres — quando o quotidiano aperta, há quem escolha um momento de indulgência bem justificado.
Faz-me lembrar um artigo que escrevi aqui no blogue há quase 10 anos, "E, no fim, ganha a Alemanha."
Sempre que se diminui a diferença entre o low-cost e o premium, o premium capta clientes.
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