"São precisos de 3 a 4 anos para formar um tecelão" e que "já recebem bem, ganhando entre os 1000/1200€".
— M Jorge (@csc11) September 15, 2024
Para o presidente da ANIVEC a falta de mão de obra é culpa do Estado já que não obriga os 600 mil desempregados a trabalharem no sector ou a tirarem formação específica. pic.twitter.com/V2bOrGlugX
Entretanto, no DN, "Lidl atribui salário de entrada de 900 euros a novos trabalhadores":
"O Lidl começou a pagar, desde janeiro, um salário base de entrada de 900 euros, mais cerca de 200 euros de subsídio de alimentação, adiantou a cadeia de supermercados em comunicado hoje divulgado."
Recordo muitas vezes a foto da Herdmar. O salário dos trabalhadores e o lucro para investir no futuro de qualquer negócio decorre da capacidade de receita que se consegue com o que se produz. Quando os salários crescem mais do que a produtividade (no fundo a margem após custos) começa o nosso conhecido empobrecimento.
O presidente da ANIVEC, não o conheço, disse aquela frase "já recebem bem, ganhando entre os 1000/1200€" não porque seja um torturador, mas porque o negócio não permite mais. Essa é a lição daquela figura dos "Flying Geese":
"O Japão não ficou rico a produzir vestuário de forma muito, muito eficiente. Taiwan não ficou rica a produzir rádios de bolso de forma muito, muito eficiente."
O presidente da ANIVEC, como muitos outros portugueses, habituados ao locus de controlo no exterior (a falta de mão de obra é culpa do Estado), devia reflectir na parte do meio do vídeo de Peterson que referi esta semana.
No pensamento dos antigos Israelitas, a relação entre Deus e o seu povo era vista como um pacto: se obedecessem às leis divinas, receberiam bênçãos; se desobedecessem, sofreriam consequências.
Por isso, quando acontecia algum infortúnio, eles tendiam a assumir que a culpa era deles, resultado de alguma falha ou desvio no cumprimento das regras divinas, em vez de responsabilizarem Deus ou outras forças externas. Esta forma de pensar levava-os a uma atitude de autocrítica: examinavam a própria conduta, à procura de pecados ou injustiças que tivessem cometido, para assim corrigirem o seu comportamento e voltarem a cumprir a vontade de Deus. Como acreditavam num Deus único, não existia a ideia de várias divindades que pudessem estar em disputa; daí que a explicação dada para os problemas normalmente se centrasse no povo, na sua falta de fidelidade ou no incumprimento da lei, em vez de se atribuir a culpa a seres ou poderes alheios.
Há dias escrevi que a melhor forma de uma empresa dar saltos de produtividade passa por ... mudar de clientes. Agora complemento, a forma mais rápida de um trabalhador aumentar de salário é ... mudar de sector de actividade. Recordar a costureira do Vale do Ave, continuou a costurar mas deixou de costurar camisas em Barcelos e foi para a Alemanha costurar air-bags..
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