Interessante traduzir este texto de Joaquim Aguiar no Jornal de Negócios de ontem para o mundo das empresas.
"E se a
política[estratégia] for entendida como a articulação sustentada entre as possibilidades e os interesses, a estabilidadepolítica[de gestão] não poderá ser concebida como a eterna repetição do mesmo. A estabilidadepolítica[de gestão] só existe se houver o permanente ajustamento dos interesses às possibilidades.E se as possibilidades mudam (estão sempre a mudar), os interesses também terão de mudar (mas resistem sempre à mudança, mesmo quando se trata apenas de mudar o modo de realizar interesses que persistem na sua forma inicial apesar do que já mudou).
As crises políticas surgem quando todos têm de mudar (porque mudou o campo de possibilidades) mas há muitos que não querem mudar (nem se resignam a reconhecer que a realidade efectiva das coisas já não é o que costumava ser). E a crise é
política[de estratégia], porque é apolítica[estratégia] que tem a função de articular as possibilidades com os interesses, configurando as expectativas e os comportamentos sociais em função do que é a alteração das circunstâncias.Numa crise
política[empresarial] provocada pelo desajustamento dos interesses às possibilidades, a resposta dospolíticos[líderes] reformistas consiste na reconfiguração dos interesses para os tornar compatíveis com as possibilidades realmente existentes, mas a resposta dospolíticos reversionistas[espertos] insiste na conservação dos interesses mesmo que tenham de impor a redefinição do que são as possibilidades e procurem ocultar quem teve responsabilidades na alteração das circunstâncias que reduziu o campo de possibilidades."
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