Sou um fã de Joaquim Aguiar há muitos anos, por exemplo "
Fim das Ilusões, Ilusões do Fim". O texto que se segue é um exemplo do porque gosto de o ler. E isto não se aplica só à política. Uma auditoria interna realizada por estes dias pôs-me a ter uma conversa, com a Administração de uma PME, que não anda longe disto. A diferença entre os sonhos que tardam a gerar facturação e a necessidade de dinheiro para comprar melões, deixem-se de tretas e concentrem-se no que pode não ser sexy, mas dá o pão com manteiga. Até sugeri a criação de um grupo desgarrado para aproveitar essa via:
"A política [Moi ici: A gestão] é a arte do possível, e o talento do político está na sua capacidade para identificar a realidade efectiva das coisas. A qualidade do político [Moi ici: gestor] avalia-se no modo como traduz, tanto para os seus apoiantes como para os seus opositores, a linha da necessidade, para que os apoiantes não se afastem do campo das possibilidades e para que os opositores sejam forçados a reconhecer que não podem escapar à força gravitacional da necessidade. Na estratégia eleitoral, o possível é o que conquistar votos. Mas em termos de governação, o possível é o que respeita a necessidade - há quem ganhe eleições para começar a perder o que ganhou logo que governa. Há vitórias que são apenas o prefácio da derrota.
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Em política, o confronto com realidade exige o reconhecimento das mudanças das circunstâncias, e isso implica aceitar e vencer o confronto com os que, por fixação na memória ou por recearem perder posição no processo de mudança, recusam reconhecer que as circunstâncias mudaram."
Trecho retirado de "
O possível e o necessário"
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