Sem procurar vieram ter comigo via Twitter os seguintes títulos, nos últimos 2 ou 3 dias:
- a) Vítor Bento: Subir o salário mínimo não é "necessariamente uma má medida"
- b) Fazer mais em menos tempo
- c) Desemprego recua para 6,1% no terceiro trimestre, o valor mais baixo desde 2003
- d) Salários começam a cair no centro e no Algarve. Norte e Grande Lisboa ainda se aguentam
- e)
Portugal devia reduzir horários, como em certos países e empresas (ex: Microsoft), que estão a fazer experiências de redução do horário laboral e estão a obter óptimos resultados ao nível da produtividade, da redução do absentismo e do bem-estar dos trabalhadores. pic.twitter.com/mEQIKAD2Pk— Gabriel Leite Mota economia_e_felicidade (@galemo) November 7, 2019
"Para o chairman da SIBS, a subida do salário mínimo pode pressionar as pequenas e médias empresas, que representam uma parte significativa da estrutura empresarial da economia portuguesa, a aumentarem a sua produtividade e, consequentemente, a subir os salários.Às vezes ouvimos empresários dizer que a produtividade não sobe porque os trabalhadores são malandros. O que diria um sindicalista?
...
Da plateia surgiu depois uma questão de Mira Amaral, economista e ex-ministro, que quis saber se o impacto na produtividade pelo aumento do salário mínimo decorre de uma "limpeza" de empresas sem capacidade de absorver esse aumento da economia."
E o que diria um sindicalista do que se defende em b) e e). O que se defende nesses textos é a mesma conversa do empresário. Porque trabalham menos horas, estão mais motivados e por isso são mais produtivos. Na minha leitura, quer a conversa dos empresários quer os textos b) e e) são faces da mesma moeda.
Acham mesmo que é por causa de uma questão de motivação que se vai dar aquele salto de 40 pontos para a média da UE28 ou de 50 pontos para a média da zona euro?
De c) e d)
O que dizer?
Por um lado Algarve e zona Centro têm as taxas de desemprego mais baixas do país (5,3% e 4,8%, respectivamente). Por outro lado o Algarve foi a zona onde o desemprego menos caiu nos últimos 12 meses.
"A média nacional esconde, no entanto, realidades regionais, umas mais negativas do que outras. Por exemplo, o rendimento salarial médio começou efetivamente a cair em duas regiões do país. No centro, região que emprega mais de 1,1 milhões de pessoas, o ordenado médio recuou 0,5% (para 846 euros), o que não acontecia há dois anos e meio.Vou ver se no próximo fim de semana faço um comentário acerca do Think Tank desta semana na parte sobre o tema da produtividade.
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O Algarve, onde trabalham 220 mil pessoas, também já começou a ressentir-se da compressão salarial. Segundo o INE, o salário médio líquido dos trabalhadores por conta de outrem que lá residem recuou em termos homólogos 0,1% no terceiro trimestre (para 836 euros mensais), isto já depois de uma contração de 0,8% no segundo trimestre. O Algarve não experimentava desvalorizações salariais desde meados de 2016."
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