segunda-feira, fevereiro 05, 2018

O tal sorrateiramente chegou à RTP 1

Ainda na semana passada ouvi comentários sobre a criação de emprego na rádio que me fizeram abanar a cabeça.

Já aqui referi várias vezes que economia não é uma ciência como a que estuda os fenómenos que Galileu estudou, independentes do tempo.

Imaginem que estão com os pés na areia da praia, naquela zona onde as ondas rebentam. Quando a onda sobe a praia sentimos a força da água a empurrar-nos para a costa, quando a mesma água desce de volta para o mar sentimos a força a empurrar-nos no sentido oposto. Imaginem que estão na foz da ria de Aveiro a pescar enquanto a maré sobe. Depois, imaginem que estão no mesmo local enquanto a maré desce. O local é o mesmo, o nosso ponto de observação é o mesmo, mas as forças em jogo são completamente diferentes. (Os locais onde as chumbeiras ficam presas também são diferentes).

Assim, comentar decisões sobre políticas que afectam o emprego/desemprego sem ter em consideração a força e a direcção da maré é pouco sério.

Nos últimos meses tenho relatado aqui o quanto a maré do emprego mudou: Sintomas do sorrateiramente. O fim da China como fábrica do mundo que tem insuflado os PIB em toda a Europa e a demografia mudaram tudo.

O tal sorrateiramente chegou à RTP 1 (ver ao minuto 35).

Agora, por mais asneiras políticas que se façam não interessa, a maré mudou.

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