"o mercado português, ainda que importante, é demasiado pequeno quando se quer construir valor acrescentado."E murmurei:
- TRETA!
Então, subitamente surgiu uma relação muito clara entre os dois artigos.
Quando acabei de ouvir o primeiro artigo, ao empurrar a porta lateral do centro comercial onde ia almoçar, pensei logo: este sueco seguiu o caminho menos percorrido. As muito grandes e rentáveis empresas de papel e pasta em Portugal em vez de subirem na escala de valor para continuarem a crescer, só conhecem uma forma de crescimento: aumentar a produção, aumentar a eficiência, aumentar a velocidade de produção. Por isso, é que infestaram o país de eucaliptos. Por isso, é que avançaram para outros países para continuar a infestação. Por isso, é que manobram governos de direita e de esquerda para que continue a crescer a área plantada em Portugal.
Conseguem ver a relação com o artigo da subdirectora do DN? Para gente do século XX só se aumenta a rentabilidade com produtividades superiores baseadas no denominador, baseadas na quantidade.
Agora imaginem o potencial de valor acrescentado que pode estar associado a futuras aplicações de madeira transparente.
E já agora, nunca se interrogam como é que um país tão pequeno consegue ser líder na produção de papel e pasta? Será que nos outros países as suas papeleiras conseguiriam fazer o que por cá se fez e se continua a querer fazer a nível da floresta?
BTW, um pouco de tragicomédia - imaginem aplicar o discurso da subdirectora ao seu próprio jornal... pois.
1 comentário:
Carlos, excelente! Excelente este artigo! Este modelo é aplicável a qualquer mercado de celulose. O Brasil é bem forte em papeis tmb.
Quais seriam essas empresas de papel que você fala?
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