quarta-feira, janeiro 20, 2016

O choradinho pelos empregos no Estranhistão

Uma mensagem já aqui emitida neste blogue várias vezes:
- Ficar preso a defender o passado impede-nos de abraçar a mudança e ganhar o futuro.
Isto a propósito de "Living in the Past Condemns the Future".
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Ainda ontem ao almoço comentava com alguém que cada vez mais tenho menos paciência para filmes históricos, porque as personagens de um filme passado em 1111, por exemplo, emitem opiniões e têm pensamentos que só são possíveis a alguém que vive em 2016. Ou seja, olha-se para o passado e julga-se esse passado com o modelo mental do presente.
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Em Setembro último referi outro perigo, a ignorância de que os sinais e os códigos usados num país podem ser desconhecidos ou até mesmo ter uma interpretação contrária noutro país com outra cultura. E recordei o incidente da equipa técnica de Mourinho no Riazor na Galiza, tão próxima e tão distante, em ""why 1984 won't be like 1984"".
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Alguns de nós nasceram no Normalistão, todos de nós herdámos modelos mentais forjados no Normalistão. Agora, estamos a entranharmos-nos no Estranhistão e a maioria das pessoas ainda não percebeu o que isso representa. Assim, munidos do modelo mental que já não é do presente mas do passado olhamos para o futuro e julgamos-lo com as referências do passado. Ou seja, olha-se para o futuro e julga-se esse futuro com o modelo mental herdado do passado.
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Por isso, temos estes títulos e relatórios:

O que é que escrevemos aqui acerca do emprego no Estranhistão?
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O emprego tal como o conhecemos é uma criação do Normalistão. No Estranhistão, com a proliferação de plataformas cooperativas, com o desenvolvimento do DIY, o auto-emprego vai crescer exponencialmente. 
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Para os prisioneiros mentais do Normalistão aqueles títulos são um grito de alerta: os governos precisam de fazer algo!
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Eu, que procuro adaptar-me e perceber com antecedência o que é o Estranhistão, posso prever que 5 milhões de empregos vão ser destruídos com a 4ª revolução industrial, mas também sou capaz de prever que o fim do reinado da religião da eficiência a todo o custo, que o Normalistão professava, vai criar milhões de oportunidades de criar mais valor, de gerar mais diversidade, de gerar mais tribos, de precisar de mais especialistas, de precisar de menos empregados, de menos licenciados e mais fazedores, de mais criadores, de mais empreendedores.

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