quarta-feira, outubro 14, 2015

"O que a Unicer estará a fazer"

A propósito deste trecho:
"“Uma vez que a Unicer assume que não está a sair do mercado dos sumos e dos refrigerantes não faz sentido nenhum entregar essa operação a um concorrente. O que os trabalhadores disseram também foi que, dada a reestruturação que tem vindo a ser feita desde 2006, não faz sentido nenhum a dispensa de 70 trabalhadores em Leça do Balio e por isso se opõem totalmente a esta decisão”"
Para uma empresa mergulhada no modelo do custo mais baixo, na competição pelo preço, para aumentar a produtividade, no limite chega-se a este ponto o outsourcing da produção. A empresa confia na capacidade de dominar o acesso às prateleiras e desvaloriza a capacidade produtiva. Presumo que estejam a fazer o outsourcing das marcas que vendem menos e que provocam distúrbios na produção. Recordar o esquema de Terry Hill:

O que a Unicer estará a fazer é a livrar-se das interrupções para produzir pequenas séries e que disrupcionam o modelo das bolas azuis da figura.
.
Não sei se é a melhor opção estratégica, contudo; é perfeitamente defensável. Claro que isto abre o flanco a futuras marcas "artesanais" de sumos e refrigerantes.


Trecho retirado de "Trabalhadores da Unicer procuram soluções contra despedimentos"

2 comentários:

Bruno Fonseca disse...

boas meu caro!

veja por favor esta noticia, onde refere a questão do custo logistico em Portugal e Espanha, como um custo de 8 centimos pode tornar um produto não eficiente. a questão da passagem do modelo commodoty para bens transacionáveis

http://www.portugalglobal.pt/PT/PortugalNews/Paginas/NewDetail.aspx?newId={55F834BF-9211-4E21-9669-50C20BC7D7AD}

Bruno Fonseca disse...

já agora, também em linha com a questão logística, vi esta noticia

http://blogs.ft.com/beyond-brics/2015/09/17/hurdles-ahead-along-the-new-silk-road/

basicamente referem que tem havido uma aposta na "rota da seda" e que a chinapretende utilizar o comboio para ligar a China à Europa, tendo já conseguido fazer o transporte de mercadorias entre a China e Roterdão em 14 dias, quando por barco o prazo médio é de 60 dias. e, com base em novos investimentos e acordos com os países que fazem parte da "rota", pretendem diminuir o prazo para 10 dias.

isto pode ser um "game changer". a China, que cada vez mais tem-se afastado dos produtos de menor qualidade (sendo substituida pelo Vietnam, Laos, etc), agora pretende reduzir os prazos de entrega, e de facto, consegue reduzir em cerca de 2/3 o timing.

no caso de Portugal não acho que tenha grandes implicações. acredito que os comboios serão maioritariamente utilizados para peças automóveis, computadores, minérios, etc. mas caso chegue ao têxtil, será mais um desafio.

http://blogs.ft.com/beyond-brics/2015/09/17/hurdles-ahead-along-the-new-silk-road/