sexta-feira, março 13, 2015

Mais um exemplo

O Miguel Pires alertou-me para:
"As exportações portuguesas de cortiça registaram, em 2014, um aumento de 1,5% face a 2013, o que significou um valor de 846 milhões de euros, segundo os dados provisórios lançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). No que toca ao volume exportado, a tendência foi contrária, sendo que de 2013 para 2014 registou-se uma diminuição de 9,5%, o que significou uma descida de 201,2 milhares de toneladas para 181,9 milhares de toneladas"
Apesar de uma diminuição da quantidade, do volume exportado em cerca de 9,5%, o valor aumentou 1,5%.
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Comparando os resultados de 2014 (figura 5) com os de 2013 (Figura 6 da página 31)

Tudo leva a crer que se trata de uma evolução no sentido do aumento do preço, do aumento do valor acrescentado. Importante, sobretudo, os resultados do trabalho feito no mercado norte americano, que permitiram um aumento do preço médio de quase 20%.

7 comentários:

Miguel Pires disse...

Obrigado pela comparação com 2013. Revela claramente que há uma variância de preço significativa e o caso dos EUA é realmente intrigante... variação dos clientes-alvo? ou do "job-to-be-done" da rolha? Enfim... para ficar atento!

CCz disse...

Há anos que o sector ou o grupo Amorim, aposta fortemente no mercado norte-americano. Lembro-me, por exemplo, de um vídeo com um actor norte-americano, sobre a cortiça. Nos Estados Unidos o público acreditava que para obter a cortiça para as rolhas tinha de se abater a árvore, por exemplo.

Zé de Fare disse...

Se fosse só pelas rolhas nem metade do dinheiro cá entrava porque também a tunísia as faz.

Tecidos, vestuário, peças de arte.

«parece quase pele/couro mas com outra textura definida pela natureza. Tem a sua própria natureza...»

CCz disse...

E a rolha tunisina dá as mesmas garantias que uma rolha europeia? Cumpre as mesmas normas? Tem atrás de si o mesmo passado místico intangível?
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Veja os relatórios, infelizmente não é, ainda não é, pelos motivos que avança.

Miguel Pires disse...

Update:

- Há aqui um factor importante que não estamos a levar em linha de conta: a taxa de câmbio EUR/USD.

- A 1/Jan/2014 1 Eur = 1.36 USD mas no final do ano 1 Eur = 1.22 USD, ou seja uma apreciação do Dolar vs. Euro de cerca de 10%

- Em finais de 2013 aqueles 6.2 Eur/kg são 8.4 usd/kg mas em finais de 2014 os 7.4 eur/kg já são 9 usd/kg

- Há realmente uma melhoria mas não tão espetacular como inicialmente

- Desse ponto de vista, a Italia parece ser o país com melhor performance relativa

- Finalmente, tive a estudar um pouco mais sobre a cortiça e as rolhas e tenho que fazer uma correcção: o potencial de diferenciação de uma rolha é enorme: não apenas pelos aspectos estéticos (cor, aspecto, textura...) mas também os aspectos químicos (a rolha e a sua composição tem um impacto muito grande na qualidade real e percepcionada da garrafa e do vinho - odores...)
Cortiça de má qualidade pode ter consequências tremendas na qualidade de uma colheita e consequentemente da imagem de marca do vinho - basta uma garrafa má para liquidar uma opinião sobre o vinho.

-Possivelmente os "stakes" não são tão elevados no mundo das materiais de construção...

CCz disse...

Há anos trabalhei com uma empresa que fabricava rolhas, para alguns clientes até se vendia a rastreabilidade até à herdade. Outros pediam diferentes tratamentos químicos.

CCz disse...

Quanto à valorização relativa do dólar face ao euro, a sua observação tem toda a pertinência