quarta-feira, janeiro 23, 2013

Os jornais e as abóboras

Há tempos li:
"O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), Carlos Magno, alertou hoje para o risco de Portugal deixar de ter jornais tradicionais, ou seja, em papel, dentro de alguns meses.
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"Há problemas sérios no sector gráfico em Portugal", apontou Carlos Magno, acrescentando que estas questões também estão ligadas à utilização de conteúdos jornalísticos na Internet sem remuneração, o que coloca em causa o futuro da indústria do jornalismo, "que é preciso salvaguardar". 
 IMHO uma das causas é também esta, que recolhi há bocado, com um filtro no meu TweetDeck:
A comoditização dos jornais também passa por isto.
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Em vez de apostarem na diferenciação, em vez de valorizarem o produto - o jornal - em vez de recompensarem os fieis indefectíveis com mais qualidade, mais profundidade, mais especialização. Em vez de subirem o preço e compensarem a perda de leitores (Marn e Dolan mostram o impacte da subida do preço no lucro, apesar da perda de volume).
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O que tivemos foi um esvaziar das redacções, foi um recurso desmesurado a estagiários e a fábricas de notícias que fornecem todos com o mesmo material.
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Assim, se todos recebem o mesmo material... ficam cada vez mais iguais no conteúdo, só variando o grafismo, como a grelha dos automóveis.
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Quando é tudo igual... ficamos com um campo de abóboras.
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Trecho inicial retirado de "ERC alerta que há risco de jornais em papel desaparecerem em Portugal"

3 comentários:

Anónimo disse...

Vinha sugerir-lhe um case study para estas estratégias dos jornais do futuro, independentes do formato.

Um dos poucos jornais que conheço que tem visto as suas vendas a crescer é o alemão "die zeit"(os números variam dentro dos anos mas uma aproximação de tiragens de 488.000 em 2011, 506.000 em 2012,653.000 no presente) , isto é um claro resultado de uma estratégia diferenciadora:
"nós somos um jornal denso, difícil de ler que exige dos nossos leitores, mas que lhes dá informação profunda e de qualidade"
A clareza estratégica e de discurso do editor-in-chief, Giovanni di Lorenzo, é um gosto para mim e imagino para si:
https://www.youtube.com/watch?v=-sijMpe3K74

enquanto não chega um zeit a Portugal continuo à procura de um jornal que eu sinta que me dá valor que eu esteja disposto a pagar.

Luis Tinoco Azevedo

CCz disse...

Boa, não conhecia o exemplo.
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Vou estudar as ideias do senhor di Lorenzo.

Obrigado!!!

CCz disse...

http://www.vanityfair.com/online/daily/2009/04/when-will-magazines-stop-trying-to-copy-the-economist

atenção aos comentários