sexta-feira, setembro 02, 2011

Para recordar no final do ano (parte II)

Graças à boa-vontade do André Cruzzz volto a este postal "Para recordar no final do ano".
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Na altura, na caixa dos comentários e no twitter foram feitas várias referências a uma empresa, a Rosários 4, por causa de um artigo que tinha saído no semanário Expresso. O André enviou-me o artigo e cá vai o meu comentário.
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O meu primeiro emprego como efectivo, não como estagiário, foi numa empresa que, na altura, além de ser uma empresa grande era uma grande empresa, a Têxtil Manuel Gonçalves (TMG). Antes de ir para o meu local de trabalho na divisão automóvel, passei todo o mês de Fevereiro de 1988 a conhecer as várias unidades têxteis do grupo. Uma dessas unidades era a fiação em S. Cosme do Vale. Lembro-me de, já nessa altura, o meu cicerone da fiação ter referido ao de leve uma ligeira redução na quantidade encomendada por modelo e um aumento do número de modelos. Estamos a falar de um tempo em que um conjunto de teares podia estar um mês seguido  a produzir o mesmo tecido com o mesmo padrão.
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A economia mudou, a China aderiu à OMC, a globalização avançou e o mundo em que as fiações operavam mudou quase radicalmente.
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O que é que neste blogue propomos para  fazer face a essa mudança?
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Recordo dois postais que escrevi sobre a TMG:
Não há muito que inventar, é possível desenhar o modelo genérico, o esqueleto sobre como dar a volta e, depois, é só encarná-lo para cada caso concreto com o nome das pessoas concretas que fazem a magia desconhecida pelos Muggles.
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No caso concreto da Rosários 4, como descrito no referido artigo do Expresso, sublinhei os seguintes pontos:
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"Actuando num nicho do sector têxtil, a Rosários 4 tem resistido e crescido à medida que vai apresentando novos produtos. “As cores e os fios inovadores são a nossa vantagem diferenciadora”, afirma Isolda Rosário" (Moi ici: A empresa não tem ilusões, actua num nicho! A empresa não assenta a sua vantagem competitiva no preço ou na quantidade, aposta no crescente número de cores e fios inovadores... diferenciação, variedade é o mote)
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"Isolda Rosário explica que a empresa não tem estrutura financeira para trabalhar os mercados externos de forma directa e que países como a Alemanha, por exemplo, têm muitos distribuidores e são de acesso difícil.

“A Rosários 4 é uma empresa familiar, com uma estrutura flexível, e, por isso, tem quantidades mínimas de encomendas acessíveis a uma loja. É uma vantagem que temos face às grandes empresas e é nisso que vamos apostar”, afirma a empresária. (Moi ici: Outra vantagem competitiva, face às empresas grandes que apostam no preço mais baixo que a escala permite, é o aceitar pequenas encomendas, pequenas quantidades, algo que dá cabo da cabeça a quem vende contentores completos de fio produzido na Ásia)

Quamdo o negócio do tricô começou a decrescer, apostámos nos fios de Arraiolos”, conta a directora-geral.
Hoje, os fios de Arraiolos valem 30% da facturação da empresa” (Moi ici: É isto que os estímulos não permitem que aconteça... os estímulos não obrigam as empresas a renovarem-se, a re-inventarem-se. Os estímulos dão uma folga extra e as empresas ficam à espera que a maré mude e tudo volte ao nível anterior)
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“utilizando apenas corantes à base de plantas e frutos e extractos de insectos. (Moi ici: Diferenciação, diferenciação...)

O investimento em investigação e desenvolvimento tem ganho peso na empresa… (Moi ici: Inovação)
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“As fibras naturais são muito valorizadas e procuradas no norte da Europa e já exportamos cerca de 15% da nossa produção””
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