domingo, julho 04, 2010

Ignorância e caviar, uma mistura explosiva

"Empresas de Terceiro Mundo" um postal de Daniel Oliveira no blogue "Arrastão".
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Nele pode ler-se:
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"Segundo o estudo, 61,3 por cento dos trabalhadores por conta de outrem têm até ao terceiro ciclo do ensino básico, 20,4 por cento têm o ensino secundário e 18,3 por cento o ensino superior. Nos patrões, os números mudam um pouco: 71,7 por cento têm até ao terceiro ciclo do ensino básico, 12,2 por cento o ensino secundário e 16,1 por cento o ensino superior. Ou seja, há muito mais trabalhadores com o ensino secundário completo (mais 67,2 por cento) e com o ensino superior (mais 13,7 por cento) do que empresários.

Como não é plausível que quem tem melhores qualificações tenha menos apetência para o risco, é possível tirar daqui outras conclusões. (Moi ici: Não é plausível? Com que bases é feita esta afirmação? Ver nota 1)

O que estes números evidenciam é que, para além de alguns empresários em nome individual que são, na realidade, trabalhadores por conta de outrem, grande parte do nosso tecido empresarial é de tipo familiar, dirigido por pessoas com uma baixíssima preparação técnica. Não sucede assim nos países realmente desenvolvidos. Não só as pequenas empresas têm menor peso na economia (Moi ici: Caro Daniel Oliveira o único país do mundo onde tal acontece, as grandes empresas representarem a maioria do tecido empresarial, é na Rússia, por legado da economia centralizada para os oligarcas. Em qualquer país europeu as PMEs representam a maioria das empresas e do emprego. Recordar que em Portugal as 1000 maiores empresas representam cerca de 8% do emprego. Ver nota 2) como, mesmo para dirigir uma pequeníssima empresa, é exigível algum grau de preparação." (Moi ici: Pronto, se o BE chegar ao poder as PME's serão expropriadas a quem não for doutor, engenheiro ou arquitecto. Olha, lá se vai a Inarbel...)
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Nota 1: "4. Os estudantes universitários portugueses demonstram intenções empreendedoras?
Os estudantes universitários portugueses, sendo os futuros agentes de desenvolvimento da sociedade e do tecido empresarial português, não demonstram grandes intenções empreendedoras. O estudo desenvolvido pelo Observatório do Empreendedorismo de Base Tecnológica (2005) mostra que 40,8% dos alunos inquiridos não manifestam intenções empreendedoras, sendo que 7% revelam intenções empreendedoras e apenas 5,1% revelam fortes intenções empreendedoras."
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Nota 2: "SMEs represented 99.8 % of all EU-27 enterprises in the non-financial business economy in 2006, employing two thirds of the workforce (67.4 %) and generating 57.7 % of total value added;" ... "SMEs employed 81.0 % of the non-financial business economy workforce in Italy in 2006, a share that fell close to 50 % in Slovakia and the United Kingdom;"
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BTW, por que é que só as empresas que não têm licenciados à sua frente é que vão à falência nestes tempos que correm? E empresas como a Qimonda?

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