segunda-feira, junho 28, 2010

O jogo do gato e do rato (parte V)

Eis um artigo com conclusões em linha com o modelo de competição defendido neste espaço, "Rising Wage Inequality in Germany" de Johannes Gernandt e Friedhelm Pfeiffer.
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"Based on samples from the German Socio-Economic Panel (GSOEP) 1984 to 2004, this paper investigates the evolution of wages and wage inequality in Germany. Between 1984 and 1994 wages for prime age dependent male workers increased on average by 23 percent and the wage distribution in West Germany was fairly stable. Between 1994 and 2004 average wages rose by about 8 percent in West Germany and 28 percent in East Germany. In this period wage inequality for prime age dependent males, measured by the ratio of the ninetieth to tenth percentile of the wage distribution, increased from 2.1 to 2.5 in West Germany and from 2.3 to 2.9 in East Germany.
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In West Germany rising wage inequality has occurred mainly in the lower part of the wage distribution, whereas in East Germany wage inequality predominantly rose in the upper part of the wage distribution."
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"Based on the rich GSOEP data the findings suggest that wage inequality in Germany started to increase after the economic downturn 1992/93.5 The significant rise in wage inequality in Germany is a phenomenon that seems not to be related to specific groups of workers as for example the self-employed, women or foreigners. Figure 1 show the evolution of wages between 1984 and 2004 for West Germany."
"For West Germany this implies a strong increase in inequality in a period with only moderate average wage growth."
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"Figure 3 illustrates the wage distributions for workers in the overall and in the restricted samples for the years 1984, 1994 and 2004. For 1984 and, to some degree, for 1994 the figures indicate the well-known compressed distribution of German wages which is skewed to the right and shaped like a log-normal distribution. The 2004 figure, however, shows more dispersion and more symmetry. Apparently, compared to 1994, more workers earn both very low and also relatively high wages."
Voltemos ao nosso esquema habitual:
As empresas no quadrante A, para tentarem sobreviver, vão baixar salários nominais, aumentar horas de trabalho, reduzir regalias e direitos dos trabalhadores. Por exemplo, os trabalhadores da VW na Alemanha, que têm de competir com trabalhadores portugueses e eslovacos. (Como me recordou um meu cunhado esta semana, a VW ainda está na Alemanha na dimensão que está porque o estado da Baixa-Saxónia é o segundo maior accionista. As empresas do quadrante A, são empresas de grande dimensão, politicamente sensíveis, sempre sob a atenção dos media.
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As empresas do quadrante A são as que aumentam a sua produtividade sobretudo à custa da melhoria da eficiência obtida com a redução de custos e desperdícios.
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As empresas a que Hermann Simmon chama de "campeões escondidos" são pequenas empresas ágeis que operam sobretudo no quadrante D. As empresas do quadrante D são as que aumentam a sua produtividade sobretudo à custa do aumento do valor acrescentado dos bens produzidos, ou seja, o famoso numerador. Basta recordar Rosiello para perceber o poder de alavancagem que este tipo de aumento da produtividade permite. Os trabalhadores das empresas do quadrante D podem aumentar os seus trabalhadores sem porem em risco a sua competitividade.
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Trata-se mais uma vez, para os trabalhadores das empresas do quadrante A, a estória do "The Itchy & Scratchy Show" (quatro parte anteriores) como ainda há dias recordou o ministro TdS.
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Se não fosse o peso das empresas dos quadrantes D e C na economia alemã, como seria possível compatibilizar um aumento de 8% dos salários nominais na Alemanha no mesmo período em que os custos unitários de trabalho baixaram 20%.
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BTW, comparar com números por cá aqui.

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