sexta-feira, junho 25, 2010

O jogo do gato e do rato (parte IV)

Um autêntico "The Itchy & Scratchy Show"
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Continuado daqui: parte I; parte II e parte III
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Voltemos à equação da produtividade:
Vamos, por momentos, admitir que não se pode mexer no numerador, na criação de valor. Assim, só há uma forma de aumentar a produtividade: reduzindo os custos.
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Em que custos podemos mexer?
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Ou nos custos fixos ou nos custos variáveis.
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Podemos também tentar aumentar o volume de produção.
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OK!
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Se reduzirmos os custos fixos em 1% que retorno é que obtemos a nível de lucro operacional? Um aumento de 2,3%!
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Se reduzirmos os custos variáveis em 1% que retorno é que obtemos a nível de lucro operacional? Um aumento de 7,8%!

Se aumentarmos o volume produzido que retorno é que obtemos a nível de lucro operacional? Um aumento de 3,3%!
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Valores retirados daqui.
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Comparemos estes ganhos de produtividade com aquele trecho de Daniel Gros:
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“But improvements in productivity are easily overwhelmed by changes in wages. While productivity growth usually is measured in fractions of a percentage point, wage increases have been much larger.”
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Há um artigo de James March que aborda o jogo, o equilíbrio, que as empresas têm de fazer entre a ‘exploration’ e a ‘exploitation’. Uma empresa que só trabalha no denominador da equação da produtividade só confia na ‘exploitation’ (arrisca-se a que mais tarde ou mais cedo alguém mexa no seu queijo!).
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Admitamos, então, que uma empresa num ano consegue, à custa do trabalho no denominador, aumentar a sua produtividade em 2,6%.
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O que vai acontecer?
Admitamos que metade dos ganhos de produtividade vai para aumento de salários. Como os salários são um custo fixo, entram como um aumento dos custos na equação da produtividade.
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Logo, um aumento dos salários contribui para a redução da competitividade (argumento do ministro e de Daniel Gros e esta é a essência do jogo do gato e do rato da produtividade conseguida à custa do denominador.
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Como é que os custos unitários de trabalho na Alemanha baixaram 20%? Como foi possível conseguir esse diferencial?
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Será que os alemães em massa viram os seus salários cortados sem mais nem menos?
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Continua.

5 comentários:

Jonh disse...

As percentagens de aumnto de lucro operacional que calcula tendo em conta o aumento dos custos fixos, variáveis ou do volume de produção em 1% depende de empresa para empresa, pois os valores encontrados dependerão sempre da percentagem de custos fixos ou variáveis.

CCz disse...

Sim caro John:

Basta consultar o artigo de Rosiello, que cito há bué de tempo neste blogue:
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http://www.tbmc.com.tw/tbmc2/COMPUSTAT/pdf/ManagingPriceGainingProfit.pdf
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http://web.nchu.edu.tw/~hjlee/files/Pricing_Strategy/03_Managing%20price,%20Gaining%20Profit.pdf

CCz disse...

Sim caro John:
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Este outro artigo de outros autores é com base em 1200 empresas:
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http://balancedscorecard.blogspot.com/2009/09/reduzir-salarios-nao-e-de-esquerda-nem.html

CCz disse...

Sim caro John:
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Outra fonte com números semelhantes:
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http://balancedscorecard.blogspot.com/2009/09/clientes-alvo-e-outra-possibilidade-de.html

Jonh disse...

Obrigado Carlos,

Não tinha visto de onde é que os dados tinham sido retirados!

Esclarecido