segunda-feira, março 09, 2009

Algumas notas sobre o uso do BSC (parte I)

Neste endereço encontra-se o texto "MÓDULO V – EXEMPLO DA ADOPÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO ESTRATÉGICA (BSC) POR UMA ORGANIZAÇÃO DO SECTOR PÚBLICO"
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A análise do texto permitiu-me tomar várias notas:
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A figura 5.7 "iniciativas para cada perspectiva relativas ao BSC para 2006" lista uma série de iniciativas para cada perspectiva do BSC.
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Quero fazer dois reparos:
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Não recomendo que existam iniciativas associadas directamente às perspectivas financeira e de clientes:
  • Na base de um mapa da estratégia, na perspectiva de Recursos e Infraestruturas sistematizamos objectivos sobre os investimentos que temos de fazer. Depois, na perspectiva Interna listamos os objectivos que queremos atingir com o nosso trabalho, com o desempenho dos processos críticos da organização. A partir daí, proponho que nas perspectivas de Clientes e Financeira se utilizem apenas objectivos que meçam resultados, que avaliem as consequências do que fizemos nas duas perspectivas anteriores. Assim, as iniciativas actuam sobre os processos e infraestruturas para produzir os resultados desejados nos clientes e por tabela nos resultados financeiros.
O que é uma iniciativa? Para que serve uma iniciativa?
  • Interpreto as iniciativas estratégicas como projectos de transformação da realidade da organização (dos seus processos e infraestruturas) para poder gerar resultados futuros desejados diferentes de forma sustentada (na perspectiva Clientes primeira e, depois, por consequência directa resultados na perspectiva Financeira. Assim, pergunto, voltando à figura 5.7: Por que é que uma "Auditoria à Direcção da Regularização Extraordinária da Dívida" é uma iniciativa? O que é que a auditoria muda na realidade? Em que é que uma auditoria transforma a realidade? Uma auditoria não muda nada. Os resultados de uma auditoria podem servir para tomar decisões, logo, os resultados de uma auditoria podem ser incluídos como um indicador de desempenho ou controlo, não como um motor de transformação da realidade. Quando muito uma auditoria pode ser uma actividade intermédia de uma iniciativa mais vasta, em que a auditoria detecta pontos a precisar de melhoria. No entanto, para melhorar há que actuar sobre as rotinas, sobre os processos da organização, fazer as coisas de forma diferente.
No segunda parte espero abordar a temática do abuso dos indicadores de acção face aos indicadores de resultados na administração pública.
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