segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Give me your tired, your poor, your huddled masses yearning to breathe free

Give me your tired, your poor,

Your huddled masses yearning to breathe free,

The wretched refuse of your teeming shore.

Send these, the homeless, tempest-tossed, to me:

I lift my lamp beside the golden door.



Foi deste poema escrito por Emma Lazarus e que se encontra, pelo menos em parte, inscrito na base da Estátua da Liberdade em Nova Iorque, que me lembrei ao ler a capa do semanário Vida Económica desta semana:

"Portugal tem uma baixa taxa de empreendedorismo em relação à Europa e ao resto do mundo. Além disso, trata-se de um empreendedorismo com pouca presença nas áreas da indústria transformadora e maior peso nos serviços a empresas ou particulares, na sua maioria pequeno comércio. Rui Guimarães, da Cotec, considera que este empreendedorismo é pouco qualificado e de baixo interesse para o país."

De baixo interesse para o país?!!!

Não acredito que isto se possa dizer impunemente, sem consequências?!!!


Mas então o que é preferível, ter uma pessoa desempregada, a receber o respectivo subsídio de desemprego ou o rendimento social de inserção, ou ter essa pessoa à angariar o seu sustento e a pagar impostos gerindo um pequeno café, ou um pequeno quiosque?


Mas quem é que se pode considerar detentor da verdade e capaz de classificar os empreendedores em bons e maus? Só conheço uma entidade - o mercado!


No entanto, se lermos a entrevista percebemos outra coisa, o que Rui Guimarães diz é outra coisa completamente diferente:


"RG ...temos falta de empreendedorismo qualificado.

VE - É um empreendedorismo muito básico?

RG - É um empreendedorismo que é positivo, é bom que exista, é óptimo. Agora, nós temos um empreendedorismo pouco qualificado. De outra forma, as pessoas estariam na indústria transformadora, na indústria extractiva."


Afinal as palavras "empreendedorismo de baixo interesse para o país" são da jornalista, que até conheço pessoalmente.

Se todo esse "empreendedorismo de baixo interesse" desaparecesse e tivéssemos que pagar mais impostos para suportar esses novos desempregados, talvez a opinião sobre eles mudasse, basta fazer um mapa causal.

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