Mostrar mensagens com a etiqueta caio mário. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta caio mário. Mostrar todas as mensagens

domingo, novembro 15, 2009

Insurgente Visionário versus Gestor de Paradigmas Obsoletos

Costumo escrever neste blogue afirmando que precisamos cada vez mais de insurgentes visionários em detrimento de gestores de paradigmas obsoletos.
.
Um insurgente visionário não começa por ouvir... um insurgente visionário é como Caio Mário, quando chega ao poder traz uma ideia, traz uma vontade de mudar, traz uma visão e conquista as pessoas para a sua visão.
.
Acham que numa empresa a visão deve sair da cabeça de um colectivo? Cada vez mais estou convencido do contrário... a visão tem de ser gerada na cabeça de quem manda. Moisés não se reuniu com os anciãos para decidir para onde viajar, Moisés falou-lhes da Terra Prometida, falou-lhes de uma terra onde corria leite e mel. Contou-lhes, descreveu-lhes uma imagem do futuro e as pessoas sentiram-se possuídas e arrebatadas.
.
E se Moisés se tivesse reunidos com as forças vivas do colectivo hebreu?
.
""Vamos ouvir os técnicos, os agricultores, as confederações, perceber qual a margem que têm para melhorar, para simplificar, não colocando em causa regulamentos e leis que estão em vigor, quer no país, quer na União Europeia. Vamos em conjunto encontrar soluções, umas para serem aplicadas de imediato, outras para serem aplicadas ao longo 2010", afirmou.
.
Frisando que está ainda no início do seu mandato, o ministro afirmou que começou por "ouvir a casa" para perceber "o que é preciso fazer nos principais serviços", tendo depois dado prioridade à audição de todas as confederações que representam o sector."
.
Qual é a missão do ministério? Servir a comunidade? Ou servir os serviços?
.
“António Serrano, que hoje visitou a Feira Nacional do Cavalo, na Golegã, disse que as medidas, que estão a ser preparadas em diálogo com as diversas confederações de agricultores, irão ser "transversais às necessidades de todos os sectores" (Moi ici: tendo definido uma Visão e uma Missão, a seguir definem-se estratégias, fazem-se opções seleccionam-se prioridades, quem quer ir a todas... não vai a nenhuma), mas também direccionadas àqueles que "têm estado na ordem do dia", como o leiteiro ou da produção de arroz. (Moi ici: e se os apoios apenas adiarem a re-estruturação que os sectores precisam?)
Assegurando que a sua preocupação é encontrar respostas para as dificuldades sentidas pelos produtores portugueses, o ministro reconheceu a existência de "limitações", sublinhando que as medidas a adoptar terão de se enquadrar dentro das "disponibilidades orçamentais"." (Moi ici: E se os ministros da Economia tivessem tomado a mesma decisão, ou seguido a mesma abordagem desde a adesão à então CEE? Protecção e apoio às fábricas de todos os sectores!!!)
.
Trecho retirado daqui.

segunda-feira, setembro 28, 2009

Virei Chefe e agora?

Ontem, ao pesquisar uma estante de livros de gestão numa livraria Bertrand encontrei um título que considero absurdo "Virei Chefe e agora?" de Thomas Neft e James Citrin.
.
Nem abri o livro, não sei qual o seu conteúdo, só estou a reflectir sobre o título.
.
Uma série de livros que muito apreciei por que me ajudou a perceber o quanto as sociedades humanas pouco ou nada mudam ao longo dos milénios foi a colecção "O Primeiro Homem de Roma" escrita por Colleen McCulough.
.
Ao deparar com aquele título "Virei Chefe e agora?" imediatamente o meu pensamento viajou para o universo relatado por Colleen McCulough. Na série, a autora descreve o estertor da Republica Romana, desde a chegada de Caio Mario ao seu primeiro consulado, até à morte de Pompeu no Egipto. No primeiro livro descreve-se a evolução política que levou Caio Mário ao lugar de cônsul de Roma. Um romano em princípio só podia ser cônsul uma vez na vida por que a lei só autorizava uma segunda eleição após cerca de sete ou doze anos (não me recordo). Pois bem, Caio Mário foi eleito cônsul sete vezes, se bem me lembro pelo menos seis delas seguidas.
.
O primeiro livro começa com uma descrição da cerimónia do novo ano cônsular, em que o cônsul sénior oferecia um boi branco para que fosse sacrificado. Os augúres, depois, procurariam prever o consulado, através do padrão do percurso do sangue do boi ao longo do chão do templo.
.
A autora relata, romanceia, o pensamento de Caio Mário durante essa cena. Caio Mário era muito mas muito rico, no entanto, como era natural de uma povoação que só tinha sido integrada em Roma há cerca de 40/50 anos, era considerado um rural provinciano e, por isso, nunca poderia aspirar a conquistar os votos das famílias patrícias.
.
Ao olhar de uma posição secundária para a cena que decorria, Caio Mário era possuído por um sentimento de inveja. Ali estava ele, alguém que aspirava a ser cônsul, que se sentia capaz, que estava recheado de ideias e que, no entanto, não as podia pôr em prática por que não tinha os ascendentes certos.
.
"Virei Chefe e agora?" na minha mente retrata a situação oposta à de Caio Mário. Quem vira chefe, ao chegar à posição de chefe já devia ter o seu programa de acção pensado, alinhado e pronto a implementar. "Virei Chefe e agora?", para mim, retrata a chefia que vê o poder cair-lhe nas mãos... como por acaso (eu sei que não há acasos), e que não tem um programa, não tem um caminho, não tem, como Caio Mário tinha, a ambição de fazer coisas, a ambição de mudar.
.
BTW, Caio Mário chegou ao poder quando o pater familias (o avô do futuro Júlio César) de uma das famílias patrícias mais antigas e conceituadas lhe propôs um casamento em troca de apoio monetário.