domingo, junho 29, 2014

O que faria diferente (parte I)

A propósito de "Implementação do balanced scorecard numa unidade do Grupo Ferpinta", uma dissertação no âmbito de um Mestrado em Finanças e Fiscalidade, resolvi fazer mais uma análise crítica.
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O objectivo não é o de fazer qualquer crítica destrutiva, é simplesmente dar a minha opinião e explanar o racional que uso e sigo no meu trabalho com as empresas.
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Convém não esquecer que não existe nenhum referencial único sobre o que é um balanced scorecard ou um mapa da estratégia. Por isso, o único critério válido é que o que seja feito seja útil para as empresas.
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Esta dissertação é sobre a implementação do BSC na empresa Herculano – Alfaias Agrícolas, S.A. Do texto de apresentação retira-se que a Herculano:
"A empresa tem uma vasta gama de produtos que lhe permite servir vários segmentos de mercado. De forma sistematizada podemos apresentar os principais produtos e segmentos de mercado que a empresa serve:"
De seguida apresenta-se uma análise da concorrência e avança-se para uma análise SWOT.
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O que é que um tipo como eu que está de fora e não tem acesso a mais nenhuma informação faria?
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Travava às quatro rodas perante aquela figura.
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Nas conclusões o autor recorda:
"Em 1954, no livro “Practice of Management”, Drucker (1954) afirma, pela primeira vez, que todos os colaboradores deveriam ter objectivos de performance pessoais que estivessem alinhados com a estratégia da empresa."
Aproveito para recordar que o mesmo Drucker também afirmou:
“The purpose of business is to create and keep a customer.” 
Assim, antes de mais nada levaria a empresa a trazer para a mesa a discussão sobre:

  • Quem são os utilizadores das nossas máquinas?
  • O que procuram e valorizam?
  • O que os faz sonhar, o que os preocupa e os move?
  • Existem vários segmentos de utilizadores?
  • Qual ou quais aqueles onde estamos mais à vontade e porquê?
  • Qual aquele onde temos melhores margens?
  • Em que "prateleiras" estão expostas as nossas máquinas?
  • Quem são os donos das "prateleiras"? 
  • O que procuram e valorizam?
  • O que os faz sonhar, o que os preocupa e os move?
  • Qual o melhor casamento entre "prateleiras" e utilizadores-alvo? E essa combinação varia em função do sector de actividade?
  • Para onde pode estar a ir o mundo onde os donos das prateleiras e os utilizadores-alvo vivem?
Antes de mergulharmos no interior da organização, e muitas vezes perdermos-nos no meio dos detalhes internos, observar o mais livremente possível a paisagem enrugada que está no exterior da organização.
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Qual é o ecossistema da procura? Que segmentos podemos servir com vantagem? Que diferenciação o mercado procura e valoriza? 
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Se não percebermos primeiro para quem e com quem vamos trabalhar corremos um sério risco de não tirar o melhor partido do exercício.
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Sendo a dissertação de 2011 e apresentando resultados até 2010, é natural que a empresa à altura estivesse a sentir o choque, ou o começo do choque da quebra do mercado interno e estivesse pressionada para se concentrar internamente na redução de custos. No entanto, isso é sanear a empresa financeiramente, é assegurar, eventualmente, a sobrevivência, não é construir o futuro.
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Continua.

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