domingo, setembro 13, 2009

A Lei de Gresham aplicada aos clientes?

Receio que as pessoas estejam a confundir uma eventual recuperação (?) financeira de uma recuperação económica. Mas adiante.
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Um dos meus contactos no Facebook, Claus Vistesen, está a redigir a sua tese de doutoramento. Um dos papers que vai pôr cá fora defende a tese de que quanto mais envelhecida é uma sociedade mais dependente ela fica das exportações.
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O Público de hoje traz uma entrevista a Daniel Bessa intitulada "Empresas que exportam devem pagar menos impostos":
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"Se se perguntar individualmente às empresas se são inovadoras, todas responderão que sim. Mas qual é a verdade?
Trabalhei durante muitos anos com alguns dos sectores mais tradicionais e uma das coisas que mais me surpreendeu foi o facto de haver muitas mais empresas em Portugal na área do têxtil, vestuário e calçado do que em França, Alemanha e Reino Unido. Há uma pulverização muito grande, mas há todo um trabalho de reconversão que se começou a fazer, e isso tem a ver com a inovação. Normalmente as pessoas ligam a inovação a produtos e processos. Eu acho fundamental que esteja ligada também a outras duas componentes: a inovação na gestão e na comercialização."
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Sem inovação na gestão não há reflexão estratégica séria, não há medição, não há planeamento a médio longo prazo, não há aposta nos intangíveis.
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Sem inovação na comercialização, não há a noção de clientes-alvo, não há a definição de proposta de valor e todos os clientes são bons.
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Lembram-se da polémica nos jornais quando Cavaco Silva escreveu sobre a boa e a má moeda? Ficou célebre a Lei de Gresham. Interrogo-me se nos negócios não é a mesma coisa, quando as empresas não distinguem os clientes-alvo dos que não interessam, não será verdade que os clientes que não interessam acabam por expulsar os clientes que interessam?"

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