segunda-feira, maio 15, 2006

Aula 4 - Gestão Ambiental

Os acetatos da quarta aula podem ser encontrados aqui (6,6 MB).

Com esta aula terminamos a fase teórica de um sistema de gestão ambiental: realizamos um levantamento ambiental; redigimos uma política para o ambiente; definimos objectivos e metas alinhados com a política e coerentes com o resultado do levantamento; e desenhamos um programa de gestão ambiental, um projecto, para convergir para as metas.

Só quando se inicia implementação dos programas de gestão ambiental é que realmente começamos a provocar a mudança desejada.

Sobre indicadores ambientais aconselho a leitura de:
  • "Environmental Performance Evaluation and Indicators" de Christine Jasch; publicado nas páginas 79-88 do Journal of Cleaner Production 8 (2000);
  • ISO 14031: 1999 - Environmental Management - Environmental Performance Evaluation - Guidelines;
  • "Orientações para a selecção e utilização de indicadores de desempenho ambiental no âmbito do regulamento EMAS", uma recomendação da comissão europeia.
Para referência futura podem guardar este "A Guide to Corporate Environmental Indicators" publicado pelo Bundesministerium fur Umwelt.

Sobre boas práticas de planeamento aconselho a leitura, e leitura, e leitura deste texto da autoria do homem que mudou a minha vida:
  • "What makes an Effective Executive" de Peter F. Drucker, publicado em Junho de 2004 na revista Harvard Business Review, o texto pode ser lido aqui.
  • Conselhos práticos sobre a elaboração de programas de gestão ambiental podem ser encontrados aqui.

Copy + Paste

Uma excelente imagem:

Portugal está como o homem que caiu do arranha-céus e quando, a meio da descida, um amigo da janela lhe pergunta como está, ele responde: "Até agora, tudo bem!"

No DN, da autoria de João César das Neves "Sócrates: falhar com competência"

domingo, maio 14, 2006

Uns dias são melhores que outros (II)

Um dos temas que mais me tem intrigado nos últimos tempos é: OK, algumas empresas começam a usar o Balanced Scorecard e a monitorizar indicadores. E como é que tomam decisões? Que método seguem para interpretar os dados? Quando é que agem e quando é que ficam paradas?

Vejamos esta história...
Uns dias são melhores do que outros

Um dia, um amigo encontrou um gráfico que sumariava a “percentagem diária de pares defeituosos”, na parede do escritório do director geral de uma fábrica de sapatos.
Intrigado, o meu amigo perguntou ao director geral porque é que tinha o gráfico afixado na parede. Este respondeu que mantinha o gráfico para saber como é que a fábrica ia. Aí, o meu amigo, imediatamente retorquiu “Então, como é que vai a fábrica?”. Evidentemente nunca ninguém tinha feito essa pergunta ao director geral, porque ele fez uma pausa, olhou para o gráfico na parede, e depois disse, “Bem… uns dias são melhores do que outros!”

Apesar do director geral ter os dados representados sob a forma gráfica e sentir que estes eram suficientemente importantes para serem registados diariamente, ele não tinha um método formal para analisar e interpretar os valores.

Os dados têm de ser filtrados para se tornarem inteligíveis. Esta operação de filtragem tanto pode basear-se na experiência, nos pressupostos e presunção pessoal, como pode ser mais formal e objectiva. É claro, uma experiência inadequada, presunções erradas, ou pressupostos inapropriados podem resultar em interpretações incorrectas. Mesmo assim, muitos gestores ainda usam estas abordagens para analisar os dados, e no fim, tudo o que podem dizer é que… uns dias parecem ser melhores do que outros.

Sem o cálculo de limites, a série temporal de dados brutos neste gráfico pouco revela acerca da natureza do processo.

Uma vez calculados os limites, esta carta retrata o comportamento do processo e mostra que o processo é previsível, não são evidentes tendências ou qualquer sequência longa de pontos acima ou abaixo da linha central.

Foi Walter Shewhart (Economic Control of Quality of Manufactured Product, D. Van Nostrand Co., 1931) quem primeiro criou, uma forma eficaz de definir a “voz do processo”. Chamou-lhe carta de controlo, ainda que um nome mais adequado seja “carta do comportamento de um processo”. Uma carta do comportamento de um processo começa com a representação gráfica de uma série temporal. Adiciona-se uma linha central que serve de referência visual, para detectar mudanças ou tendências, e são desenhados limites (calculados a partir dos dados) equidistantes de cada lado da linha central. A chave para a eficácia destas cartas é a forma como os limites são calculados.

A carta “Percentagem diária de pares defeituosos: com limites calculados”, consiste numa sequência de valores isolados. Em outras situações, uma carta do comportamento de um processo pode ser baseada numa série temporal de valores médios, de amplitudes, ou uma outra função dos dados em bruto. Apesar de existirem diferentes tipos de cartas de comportamento de um processo, todas são interpretadas da mesma maneira, e todas revelam diferentes aspectos de um processo.

A carta do comportamento de um processo define não só a voz do processo, como também caracteriza o comportamento da série temporal. Por vezes, iremos encontrar séries temporais bem comportadas. Tais séries são previsíveis, coerentes e estáveis ao longo do tempo. Mais frequentemente, as séries temporais não são tão bem comportadas. As linhas horizontais, numa carta do comportamento de um processo, proporcionam pontos de referência para ajudar a ilustrar que tipo de comportamento é assumido por uma série temporal.

Parafraseando Shewart, diz-se que um processo é previsível quando, com base na experiência passada, podemos caracterizar, pelo menos dentro de certos limites, como é que o processo se comportará no futuro. Assim, a essência daquilo a que Shewart chamou “controlo estatístico” é a previsibilidade.

Esta distinção entre previsibilidade e imprevisibilidade é importante porque a capacidade de prever o futuro é essencial para os negócios. A previsibilidade é um valor importante para qualquer processo porque facilita o trabalho dos gestores. Quando um processo é imprevisível, a série temporal é imprevisível, e tentar fazer planos usando uma série temporal imprevisível, normalmente resulta mais em frustração do que em sucesso.

A terminologia de Shewart acerca de “variação controlada” e “variação não controlada” deve ser entendida no contexto de previsibilidade e imprevisibilidade, em vez de no sentido de ter capacidade de exercer controlo. O utilizador não estabelece os limites, assim, é mais correcto falar de “processos previsíveis” e de “processos imprevisíveis”.
A carta de comportamento de um processo relativa a “Percentagem diária de pares defeituosos: com limites calculados”, mostra uma série temporal que se mantém dentro dos limites calculados, sem qualquer indício óbvio de tendência ou sequência longa de pontos, acima ou abaixo da linha central. Assim, este processo parece ser previsível.

Desempenho previsível não é necessariamente a mesma coisa que desempenho desejável. É de salientar a forma como a carta de comportamento de um processo nos pode ajudar a interpretar os dados. Em primeiro lugar, a carta foi usada para caracterizar o comportamento dos dados: São previsíveis ou não? Em segundo lugar, a carta permite-nos prever o que esperar no futuro: a voz do processo.

Por fim, há que diferenciar a interpretação que o director geral faz dos dados, da interpretação baseada na carta de comportamento de um processo. Uns dias apenas parecem ser melhores do que outros. Na verdade, tanto os “bons” dias como os “maus” dias vieram do mesmo processo.

A menos que o processo seja modificado de forma relevante, a fábrica continuará a produzir qualquer número entre 7,7 e 29,3% de pares de sapatos defeituosos, com uma média diária de cerca de 18,5%. Assim, a empresa precisa de começar a fazer a reengenharia dos seus processos ou, arranjar um ponto de venda para os seus produtos defeituosos.

Tentar descobrir porque é que num dia a taxa de defeitos é de 10% e noutro é de 25% não tornará ninguém mais esperto. De facto, poderá até mesmo baixar o QI da empresa, ao encorajar as pessoas a acreditarem em falsas explicações.

A variação excepcional merece ser interpretada como um sinal de que algo é diferente, mas a variação rotineira não é sinal de mudança real. Conhecer a diferença é fundamental para fazer melhorias.

Adaptado de “What are Shewart’s charts” de Donald J. Wheeler, “Quality Digest Magazine” Janeiro de 1998



quinta-feira, maio 11, 2006

Ditados populares

A propósito da ex-futura refinaria de Sines ocorre-me este "ditado popular", ouvido no passado domingo na BBC, por causa de Tony Blair:

"Those who live by the spin, die by the spin"

quarta-feira, maio 10, 2006

De que falamos quando falamos em racionalizar?

A propósito a intervenção inicial de Lobo Xavier no programa Quadratura do Circulo da SIC-N:

Para os políticos e, para o governo, racionalizar a administração pública é: cortar, acabar com os serviços em determinados locais.

Para a iniciativa privada, racionalizar significa: manter ou mesmo melhorar o nível de serviços e produtos colocados no mercado, reduzindo a quantidade de recursos investidos na sua produção e/ou prestação, através do aumento da produtividade.

São duas concepções completamente diferentes!

Esperança...

Esperança, ou fé em Deus.

Se a esperança, ou a fé em Deus, é a única estratégia de uma organização, boa sorte.

Uma organização tem de saber contar uma estória, a estória sobre como vai ser rentável de forma sustentada.

Uma estória tem de ter um enredo e tem de ter personagens...

Ah... já me esquecia da taróloga Maya, e daquela frase dos anos 90 da autoria de Alcina Ramelas (não sei se era uma pessoa de carne e osso, ou uma criação de Herman José) que dizia "Não negue à partida uma ciência que desconhece", a ciência era a astrologia.

Esperança, ou fé em Deus, ou fé nos astros!!!??? Boa sorte.

segunda-feira, maio 08, 2006

Como é possível?

Hoje, tive a oportunidade de viajar na Estrada Nacional nº 1, entre Águeda e Branca. Deparei-me com muitos, muitos mesmo, peregrinos em direcção a Fátima.
Primeiro, comecei por surpreender-me com a quantidade de gente nova, gente jovem, que compunha essa massa peregrina. Depois, dei comigo com uma segunda surpresa... esta gente não tem aulas? Esta gente não devia estar na escola?

O papel de um líder

Esta citação ouvi-a numa conferência sobre "Strategic Deployment" em 1998, proferida pelo senhor Blanton Godfrey.
Recordo-me de ele ter referido que a tinha ouvido a um grande empresário japonês.
Na altura apontei-a a correr, metade em inglês, metade em português:
Um líder tem 4 actividades principais:
  • VISION - must define what the company will be...
  • KEY STRATEGIES - must define a small set of things to do (4 or 5)...
  • SACRED OBLIGATION (TRANSLATE) - must translate to the work of each and every person, para que cada um compreenda como é que o seu trabalho afecta o futuro da organização...
  • FEEDBACK - fair and honest, each person should know what was his performance, how well theyre doing, and where to improve next year

Uns dias são melhores que outros

Assim que se começa a analisar indicadores com uma frequência regular, surge uma questão: Como é que se interpretam os resultados?
O normal é não ter método, quando se comparam os resultados com uma meta, normalmente o panorama é: uns meses (ou dias) são melhores que os outros.
Se no final de um mês, o desempenho é melhor que a meta, congratulamo-nos!
Se no final do mês seguinte, o desempenho fôr inferior ao previsto na meta, preocupamo-nos e tomamos uma série de decisões.

Mesmo que as metas sejam irrealistas, autênticos raios lançados do Olimpo por Zeus

"Só produzirás produto bom!"
"Não produzirás defeitos"

Estranho, muito estranho que ninguém fale ou escreva sobre isto! Sobre a ausência de método para interpretar os resultados...

sábado, maio 06, 2006

Balanced Scorecard 3ª geração (3/4)

O Balanced Scorecard da 3ª geração surge como uma melhoria, como um refinamento do Balanced Scorecard da 2ª geração. Tudo começa com a criação de uma Visão quanto ao futuro da organização. Não um texto vago, mas uma descrição clara do destino onde queremos chegar dentro de 3/5 anos.

Uma Visão é a resposta à questão “O que queremos criar?”. É uma imagem do futuro que queremos criar, descrita no presente do indicativo, como se estivesse a acontecer já agora.

No livro “The Fifth Discipline”, Peter Senge escreve, na página 231: “Vision paints the Picture of what we want to create. Systems thinking reveals how we have created what we currently have”.

Depois, ainda na mesma página, escreve algo muito pouco português: “Vision becomes a living force only when people truly believe they can shape their future. The simple fact is that most managers do not experience that they are contributing to creating their current reality. So they don’t see how they can contribute toward changing that reality. Their problems are created by somebody “out there” or by “the system”.

Porque olhamos para os resultados, porque olhamos para o desempenho, como acontecimentos isolados, verdadeiras crateras de meteorito caído dos céus; autênticos ataques terroristas, habituamo-nos a um comportamento de bombeiro, reagimos às mudanças em vez de gerarmos, de criarmos as mudanças.
Ao desenhar, ao descrever um estado futuro desejado, a Visão; e ao confrontá-lo com a situação actual, identificamos uma lacuna. Essa lacuna, segundo Senge, cria uma tensão criativa, capaz de gerar a energia criativa necessária à acção, para mudar a organização e transformá-la na organização descrita na visão.

No livro “The Heart of change”, John Kotter também se refere ao papel da Visão:

Página 1
“People change what they do less because they are given analysis that shifts their thinking than because they are shown a truth that influences their feelings” (Agostinho da Silva dizia o mesmo, com outras palavras)

Página 3
“To understand why some organizations are leaping into the future more successfully than others, you need first to see the flow of effective large-scale change efforts. In almost all cases, there is a flow, a set of eight steps that few people handle well.”

Página 7
Step 1. Increase urgency (a mudança não é para se ir fazendo, é para fazer!!!); Step 2. Build the guiding team; Step 3. Get the vision right; Step 4. Communicate for buy-in; Step 5. Empower action; Step 6. Create short-term wins; Step 7. Don’t let up; Step 8. Make change stick.

Página 68
“In cases of successful large-scale change, you find four elements that help direct action: budgets, plans, strategies, and visions. All four are different yet tightly interrelated, and each requires a different development process.

A budget is the financial piece of the plan. A plan specifies step by step how to implement a strategy. A strategy shows how to achieve a vision. A vision shows an end state where all the plans and strategies will eventually take you.”

Assim, um Balanced Scorecard da 3ª geração usa a criação de uma Visão, uma descrição do ponto de chegada, como o ponto de partida para a escolha dos objectivos estratégicos, dos indicadores e metas.

A Visão funciona como o nosso paradigma do futuro, ao cruzarmos esse paradigma com a realidade actual, identificamos as lacunas que têm de ser preenchidas. As lacunas serão eliminadas pelo desenvolvimento e implementação de iniciativas estratégicas. O mapa da estratégia continua a ser a descrição de como vamos satisfazer os clientes-alvo.

sexta-feira, maio 05, 2006

Aula 3 - Gestão Ambiental

Para o 4º ano de Engenharia do Ambiente da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto.

Os acetatos da aula podem ser encontrados aqui.

Em relação à temática, e ao desafio de criar sistemas de gestão ambiental que contribuam sinergisticamente, para a vantagem competitiva de uma organização. Quem quiser aprofundar conhecimentos pode consultar:

  • "It's not easy being green"; deNoah Walley e Bradley Whitehead; no número de Maio-Junho de 1994 da revista Harvard Business Review;
  • "The chalenge of going green"; de vários autores; no número de Julho-Agosto de 1994 da revista Harvard Business Review;
  • "Green and competitive: ending the stalemate"; de Michael Porter e Claas van der Linde; no número de Setembro-Outubro de 1995 da revista Harvard Business Review;
  • "Market failure and the environmental policies of firms - economic rationales for "Beyond compliance" behavior"; de Forest Reinhardt; no Volume 3, número 1, do "Journal of Industrial Ecology" em 1999;
  • "Deciding on ISO 14001: Economics, Institutions, and Context"; de Pratima Bansal e William Bogner; no número 35 de 2002 da revista LOng Range Planning;
  • "Competitive environmental strategies: when does it pay to be green?; de Renato Orsato; no Volume 48, número 2, Inverno de 2006; da revista California Management Review;
Em relação à estratégia e sobre o que é. Os interessados no tema podem aprofundar conhecimentos em:
  • "The origin of strategy"; de Bruce Henderson; no número de Novembro-Dezembro de 1989 da revista Harvard Business Review;
  • "What is strategy?"; de Michael Porter; no número de Novembro-Dezembro de 1996 da revista Harvard Business Review;
  • "The strategy Concept II: Another look at why organizations need strategies"; de Henry Mintzberg; no número do Outono de 1987 da revista California Management Review.

!!!


E esta, hein!

segunda-feira, maio 01, 2006

Sem título...

Ainda estou atordoado com este e-mail que recebi ontem:

"Moçambique foi e é um lenitivo e um calvário, ao mesmo tempo. Estive um mês numa localidade chamada Invinha, no distrito do Gurué, província da Zambézia, isto é, Moçambique profundo. A pobreza que vi não se pode contar.
Não aquela miséria moral, não, mas pobreza na sua expressão mais crua. No último dia em que lá estive entreguei um bebé de 7 meses a umas Irmãs da nossa Congregação para o criarem. Pesa 1,700kg. Não tem forças nem para chorar. Deixei dinheiro para as primeiras despesas e depois vou ver o que hei-de fazer se ele sobreviver. Chamei-lhe Rui Carlos. Não tinha nome, não
tinha nada, o hospital não tinha possibilidade de o ter lá. No Sábado Santo, por volta das 10 horas da noite, estava na igreja, estavam a cantar o 2º cântico da Comunhão e vieram dizer-me que um outro, de 3 meses, que tinha nascido com 2,700kg e então, com os 3 meses, pesava só um quilo e meio, tinha morrido. Morreu de fome. A mãe morreu de parto e desde então acho que só bebeu água. Quando mo entregaram e lhe quis dar leite já nem era capaz de engolir. Dava-se leite à colher e estávamos a pensar arranjar-lhe uma pipeta para lhe meter pela boca abaixo mas já era tarde de mais. O Rui Carlos tem vontade de viver, seguia-me com os olhos, mas o seu tamanho é impressionante. Levo algumas fotografias dele. Está muito bem entregue e vou um bocado mais aliviada por isso."

domingo, abril 30, 2006

Ainda a produtividade (parte III)

Estas fotos documentam as produções de duas fábricas: uma tem existência legal e produz os artigos marcados a amarelo; a outra é uma fábrica fantasma que em vez de produzir riqueza, consome, desperdiça, volatiliza a riqueza.


Muita gente acredita que estes desperdícios ocorrem por acidente, como um meteorito caído dos ceús.
Outros acreditam que isto acontece porque existem culpados, terroristas que fazem mal de propósito!
Outros ainda, acreditam que é tudo uma questão de sorte...
Porque não ver estes desperdícios como manifestações visíveis, de um sistema de causas interrelacionadas que conspiram para gerar o desempenho actual.

sexta-feira, abril 28, 2006

Are you Playing to Play or Playing to Win?

O título está muito bem esgalhado!!!

Jogar por jogar, ou jogar para ganhar?

A sua empresa funciona, ou aspira a funcionar, como uma máquina de guerra destinada a ganhar a preferência dos clientes?

Ou ainda vai sobrevivendo à custa de migalhas, deixadas pela concorrência??? Se é assim... está a viver tempo emprestado.

Há 20 anos e algumas semanas, as forças do exército austríaco realizavam as maiores manobras militares desde a II Guerra Mundial, um dos convidados a assistir a essas manobras foi o marechal ????, um senhor russo que era à altura, comandante militar supremo do Pacto de Varsóvia.

Numa conferência de imprensa, os jornalistas austríacos, perguntaram ao senhor marechal quanto tempo é que ele achava que o exército austríaco seria capaz de resistir a uma invasão do Pacto de Varsóvia... o senhor marechal olhou-os bem nos olhos e disse:
"O tempo da gente deixar de rir ...!"

Da revista Única do semanário Expresso de 27 de Novembro de 2004:
"Pagam-me para ganhar. É o que esperam de mim, conseguir resultados. Quando não conseguir resultados sou despedido. O futebol é isto. Cada um, à sua dimensão, é pago para ter sucesso. Treino uma equipa pequena, pagam-me para não descer de divisão; treino uma equipa grande, pagam-me para ser campeão." José Mourinho

O futebol é isto? Só o futebol?

quinta-feira, abril 27, 2006

Balanced Scorecard 2ª geração (2/4)

Durante a década de 90 do século passado, à medida que mais e mais empresas começavam a usar o Balanced Scorecard e a relatar os resultados do seu uso, verificou-se que só algumas empresas retiravam benefícios. Porquê? Porque a maioria das empresas não seleccionava os indicadores financeiros adequados (ver por exemplo, o artigo “Coming up short on nonfinancial performance measurement” de Christopher D. Ittner e David F. Larcker, publicado em Novembro de 2003 pela revista Harvard Business Review).

As empresas que mais benefícios retiravam do uso de ferramentas como o Balanced Scorecard eram aquelas que: não mediam qualquer coisa, antes relacionavam as áreas de desempenho não financeiro com a estratégia escolhida; e procuravam relações de causa-efeito entre melhorias nessas áreas e os indicadores não financeiros.

A figura foi retirada do artigo “Using the Balanced Scorecard as a Strategic Management System”, de Kaplan e Norton publicado no número de Janeiro-Fevereiro de 1996, da revista Harvard Business Review e começava já a incluir um tipo particular de mapa cognitivo: o mapa da estratégia. (Acerca de mapas cognitivos ver, por exemplo: “Visible Thinking – Unlocking causal mapping for practical business results” publicado pela Wiley em 2004 e da autoria de Bryson, J.; Ackermann, F.; Éden, C.; Finn, C.)

No mesmo ano, os autores publicam o artigo “Linking the Balanced Scorecard to strategy”, no número de Outono da revista Califórnia Management Review, onde explanam melhor esta evolução. Os indicadores não-financeiros a incluir num Balanced Scorecard deverão ser indicadores alinhados, decorrentes da estratégia da organização. Para que isso aconteça, recorrem ao mapa da estratégia: um esquema que descreve qual a lógica da estratégia de uma organização para ter sucesso no negócio.

A figura pode ler-se desta forma, Clientes satisfeitos serão o resultado de conseguirmos: entregar produtos sem defeitos, entregar cumprindo os prazos de entrega; e criar produtos inovadores. Para que isto aconteça temos de apostar em: Sistemas de Informação adequados, Máquinas adequadas, Gente motivada e Gente competente.

Clientes satisfeitos serão a causa que gerará o efeito: aumento do Retorno do accionista; o qual, por sua vez, será a causa que gerará o efeito Valor para o accionista.

A figura, um mapa da estratégia, procura descrever a estratégia. Tenta explicar quais são as hipóteses onde a empresa aposta para ter sucesso.

A autora Joan Magretta, no número de Maio de 2002 da revista Harvard Business Review, publica o artigo “Why business models matter” onde escreve: “Business models,… They are, at heart, stories – stories that explain how enterprises work. A good business model answers Peter Drucker’s age-old questions: Who is the customer? And what does the customer value? It also answers the fundamental questions every manager must ask: How do we make money in this business? What is the underlying economic logic that explains how we can deliver value to customers at an appropriate cost?”

Estas histórias contam, explicam como é que a organização vai funcionar, não explicam o âmago da estratégia: como, ou porque, vamos ser melhores que a concorrência.

Voltando ao mapa da estratégia, a escolha dos indicadores decorre dos objectivos estratégicos seleccionados. Se um objectivo é “entregas na hora”, então, temos de ter um, ou mais, indicadores que permitam medir, quantificar esse objectivo, por exemplo “% de entregas no dia combinado”.

Assim, os indicadores já não resultam de um “brainstorming”, mas resultam da estratégia da organização.

Portanto, se vir um Balanced Scorecard que não esteja escorado num mapa da estratégia… desconfie. Ainda assim, mesmo que alicerçado num mapa da estratégia, veja se os objectivos incluídos no mapa, fazem sentido. Por exemplo, se a proposta de valor assenta no serviço, na intimidade com o cliente, não faz sentido aparecer, na perspectiva interna, um objectivo que elege como estratégico o aumento da eficiência energética. Pode ser um bom objectivo operacional mas não está alinhado com a estratégia, logo, não faz sentido aparecer aqui.

A maior parte dos Balanced Scorecards que se encontram nas empresas são da 1ª geração, não da 2ª geração.

quarta-feira, abril 26, 2006

Demorar a sério

Esta tarde, no noticiário das 17h da TSF, grande celeuma por causa de uma lei publicada há quatro meses, e que ainda não está em vigor, por causa de umas decisões que o governo ainda não tomou.

Mas não existe um decreto lei de 1996, do primeiro governo Guterres, que decretava o pagamento de uma taxa, por parte dos particulares que captavam, e captam, água de furos e poços nas suas propriedades, e que ainda hoje aguarda publicação de uma portaria a regular o montante das taxas?

Posso estar enganado ... mas não me parece.

Finanças com taxímetro (parte II)

Tiro e queda!
Esta manhã no noticiário das 9h00 da Rádio Renascença.
Notificações para pagar dívidas à Segurança Social com 10% de erros! E ai dos contribuintes que não consigam apresentar prova de que já pagaram!