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terça-feira, maio 01, 2018

Quando o Manel e a Maria começam a programar - indústria 4.0 a sério, não treta para captar fundos (parte III)

Parte I e parte II.

Esqueci-me de referir na parte II que o process.st permite fazer o ponto da situação de todas as encomendas:

E permite exportar toda a informação para uma folha de cálculo para tratamento.

Bom, voltemos à estória.

Na reunião seguinte, estava a montar o estaminé para apresentar as alterações quando sou informado de que tinham contado o ocorrido ao dono da empresa do software que usam e este tinha ficado de aparecer na nossa reunião. Julgo que terá ficado alarmado para aparecer numa reunião que começava às 8h15 da manhã. 

Lá apareceu, apresentei o template e exemplifiquei o preenchimento de uma checklist. 

Elogiou a checklist, disse uma grande verdade: "não faz muito sentido ter vários softwares a correr na mesma empresa". E começou a dizer que andava a desenvolver uma aplicação para Android.

Para mim foi penoso. Não tenho nada a ganhar com o uso do process.st, e sou o primeiro a defender usar uma aplicação ligada ao ERP, mas olhei-o olhos nos olhos várias vezes e senti alarme. A tal aplicação Android que está a desenvolver não a conseguiu apresentar, nem um pretotyping.

Quando estará pronta? 

Imaginem se um totó como eu consegue fazer isto, como será amanhã com a geração dos meus filhos que tratam o Linux por tu e até programam...

Por isso, achei mais do que uma coincidência chegar pela mesma altura a "The Future of Software Is No-Code":
"In a very real sense, no-code flips the traditional IT model. Rather than developers driving what an application should look like, line managers can become an active part of the process. Much of what they used to set up in Excel spreadsheets or checklists on clipboards they can now do in cloud-based mobile applications.
.
"A big part of the benefit to no-code or low-code platforms is that they let you access elements of a development environment visually rather than actually writing the code yourself. That accelerates development and improves quality at the same time,"
.
Today, computers are less "high tech" than they are basic business tools and the more power we can put in the hands of the people who use those tools every day, the better off we'll be. The future of technology is always more human."

sábado, abril 28, 2018

Quando o Manel e a Maria começam a programar - indústria 4.0 a sério, não treta para captar fundos (parte II)

Parte I.

Confesso que já não sei como foi, talvez via pesquisa no Youtube, que cheguei ao process.st .

O process street aborda um processo como um template tipo-checklist. Por exemplo:
 A primeira tarefa está atribuída ao responsável do armazém de matérias-primas e só ele é que a pode preencher. Quando despacha a matéria-prima para uma Ordem de Fabrico num subcontratado abre a primeira tarefa da checklist
O nome desta checklist aqui é "Teste", mas na vida real é a referência da Ordem de Fabrico. Na primeira tarefa, o responsável do armazém (via tablet, ou via PC, ou via smartphone) regista a data de saída da matéria-prima, indica para que subcontratado ela foi:
Regista o número de pares, e se entender fazer alguma observação pode registá-la no campo opcional das observações.

Depois, ao clickar naquela tecla verde "Complete Task" a tarefa ficha fechada:

E acontece um pouco de magia...
Assim que a tecla verde é clickada a checklist dispara um e-mail para o controlador de Corte e Costura.

Não conseguem perceber como isto é magia mesmo. Este anónimo quando acabou o seu curso na FEUP, no seu departamento só havia um PC, a primeira folha de cálculo que viu foi um Simphony usado no estágio na Sonae em 1987, a única programação que aprendi foi em BASIC para fazer gráficos 3D e outras loucuras com o ZX Spectrum.

Como se consegue fazer esta magia para um não-programador? Procurem Zapier!

Por exemplo, quando o controlador da costura detecta um problema:
Salta outro e-mail, desta vez de alarme para o Planeamento:
Ao apresentar a aplicação a equipa ficou entusiasmada e puderam pedir alterações e acrescentos.

Na reunião seguinte, estava a montar o estaminé para apresentar as alterações quando sou informado...

Continua.

Na próxima vamos chegar a isto “The Future of Software Is No-Code” e a isto

sexta-feira, abril 27, 2018

Quando o Manel e a Maria começam a programar - indústria 4.0 a sério, não treta para captar fundos

Há tempos numa empresa colocaram-me perante um desafio. Quando trabalho com alguém é fácil perceberem como tenho facilidade em descrever visualmente processos através de fluxogramas. Não sou nenhum iluminado, é o fruto natural de quase 30 anos de experiência com a ISO 9001 e com fluxogramas, muito antes de aparecer a abordagem por processos.

- Que me diz a fazermos o workflow de alguns processos da empresa e metermos isso num programa informático?

Estranho pedido... Deixei a coisa a correr, a marinar no meu subconsciente e ao final da tarde do Domingo seguinte começou a emergir uma sensação estranha: estava zangado comigo mesmo. Há quase 30 anos que desenho processos e escrevo procedimentos ou fichas de processo .... Em papel.... Ou pdf e pronto.

Segue-se impropério lançado contra mim mesmo, mas tolerado pela minha mãe! [#@$‰÷!!] Caramba, devia ter sido eu a pensar nisto primeiro e há alguns anos atrás.

Como é possível continuar enterrado no papel!?!?!?!? Ou no pdf!?!?!?

Saltei para o Google e pesquisei acerca de software colaborativo. Muita coisa sobre gestão de projectos, mas não era sobre gestão de projectos que eu queria, eu queria algo sobre gestão de processos para uso colaborativo. Resolvi ir ao grupo ISO 9001 no Linkedin e perguntar se alguém recomendava algum "process management collaborative software". 

Rapidamente apareceram sugestões, uma delas destacava-se pela frequência com que era mencionada: o Bizagi.

Mergulhei nos vídeos do Bizagi e fiquei entusiasmado com a ferramenta. Tem o Designer que permite fazer os fluxogramas que servirão depois para criar o programa de automatização do processo com o Bizagi Studio.

Envio um e-mail para a empresa a marcar reunião e a pedir ao meu interlocutor para estudar a ferramenta no Youtube. Ele responde-me a confirmar a reunião e a dizer que tinha uma surpresa. Quando chego à reunião diz-me que a empresa de software que criou o ERP da empresa também lhe recomendou o Bizagi.

Ficamos ambos fãs do Bizagi Studio, mas ... danado “mas”, em processos em que tenhamos de recorrer ao ERP temos de ter um programador. A empresa arranjou um programador e formamos equipa. No entanto, fiquei algo desapontado porque iriamos aplicar o software a um processo importante, mas daqueles que são de contexto e não nucleares, com a justificação que não conhecíamos o Bizagi a sério e que depois podiam surgir surpresas.

Entretanto, mete-se a Páscoa e a paragem da empresa para semana de férias, depois a ida do meu interlocutor a feiras ao estrangeiro e o arranque fica em standby. 

Numa outra empresa, começo um projecto em que me solicitaram que os apoiasse a montar o controlo da qualidade desde a entrada da matéria-prima até à entrada dos sapatos em caixa. Ia a pensar numa abordagem ao projecto mais formal, mas deparo com uma empresa com muita subcontratação, com um controlador de Corte e Costura e outro de Montagem e Acabamento, muitas referências a controlar, a coordenação com o Armazém de matérias-primas para perceber quando é que a matéria-prima sai para o subcontratado, a importância para o Planeamento de saber em tempo real se a produtividade dos subcontratados está a correr bem, se há problemas de qualidade, quando é que o subcontratado fechou a produção, ...

E começou a germinar em mim a ideia de que poderia usar a tal ideia de software colaborativo  e embora não precise do ERP o Bizagi parece demasiado formal, preciso de algo mais expedito.

Continua.

Ainda vamos chegar a isto “The Future of Software Is No-Code” e a isto.