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quinta-feira, novembro 29, 2018

Acerca do poder do optimismo


Vamos sendo aquilo que vamos construindo-nos e não adianta sonhar em alterar o passado. No entanto, há algo que muitas vezes me assalta como um sentimento de culpa.

Trabalho por conta própria desde 1994, depois de ter começado por trabalhar durante quase 8 anos por conta de outrem. O que estes quase 25 anos de trabalho por conta própria me deram, ou me potenciaram desenvolver, foi um optimismo que creio que nunca seria capaz de respirar se fosse funcionário.

É claro que nem tudo depende de mim, é claro que a vida não é um mar de rosas, é claro que a incerteza está sempre presente, é claro que os loucos que influenciam a macroeconomia têm cada vez mais poder para me afectar, para me roubar, para me impor barreiras, mas no essencial sou eu que vou ao volante, sou eu que respondo pelo que me acontece e não posso culpar mais ninguém.

E culpo-me de não ter passado mais optimismo para os meus filhos. Uma está a trabalhar no CERN na Suíça e o outro estuda cinema (quem me conhece provoca-me, prevendo que será mais um maluco do BE) e julgo que estão bem e terão futuro. No entanto, quando nos reunimos à mesa sinto que há muito cinismo acerca do mundo e menos optimismo.

Este sentimento de culpa arranjou uma âncora quando descobri este artigo já há algum tempo "Why Encouraging Optimism Should Be Your First Business Strategy":
"When Bert and John Jacobs were growing up in a large family with little money, their family didn't dwell on their problems or what they didn't have. Each time they sat down at the dinner table, Bert and Jacob's mother would cut through the noise and say, "Tell me something good that happened today." By focusing on the good things that happened each day, their mother changed the energy in the room--and their family.
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I apply a similar philosophy at my meetings. We start each meeting with asking, "What's up, what's down, and what's stuck?" I've found that by starting with the phrase "What's up?" as in what's going well, my team immediately focuses on the positive work that is being accomplished in our department. What could have easily become a bitch fest, complaining about problems and coworkers, instead becomes mutual praise and celebrations of accomplishments. The positive energy carries over into problem solving and we get more done.
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Focus on the positive in your team to build the energy in the group. Focusing on the positive give people the confidence to tackle anything that comes their way."
E reforçou-se quando li recentemente em "Reinventing Organizations: An Illustrated Invitation to Join the Conversation on Next-Stage Organizations" de Frederic Laloux:
"At Sounds True, every meeting starts with a minute of silence. FAVI, for many years, had the practice of starting every meeting with all participants sharing a brief story of someone they had recently thanked or congratulated. The practice creates a mood of possibility, gratitude, celebration, and trust in other people’s goodness and talents. It helps to shift the focus away from self-centered goals and toward reconnecting with the broader needs of the organization."
E materializou-se neste postal quando ontem à noite vi um episódio do Masterchef Austrália e dei comigo a reflectir sobre a dose, sobre a cultura de saudável optimismo, de agradecimento, de relação que existe no programa, faz salientar e desenvolver o que as pessoas têm de melhor e dá-lhes energia para explorar os seus limites

E concluí que em Mongo, um universo económico em que os empreendedores, as micro e pequenas empresas abundam, o optimismo será um factor fundamental porque o emprego do século XX vai encolher, e só gente optimista, (mas também desesperada), se mete a montar um negócio. (Ou, na opinião dos bloquistas, gente burra, mas adiante). E Mongo vai ser bom para os negócios pequenos.

terça-feira, novembro 06, 2018

Algo para fermentar

Volta e meia repito uma frase que aprendi em São João da Madeira:
"O boi cresce mais com o olhar do dono do que com a erva do pasto"
Ainda ontem de manhã, em Felgueiras, a usei para resumir o que me estavam a contar. Fui com um controlador da qualidade de calçado visitar várias pequenas empresas que trabalham como costuras subcontratadas. Contou-me como em algumas costuras, a patroa olha para um modelo e visualiza logo a sequência de trabalho, alterando o posicionamento das máquinas para minimizar operações e tempos sem acrescento de valor.

No dia anterior tinha lido mais uma porção de "Reinventing Organizations: An Illustrated Invitation to Join the Conversation on Next-Stage Organizations" de Frederic Laloux:
"Self-management has proven itself in many industries. There are, for instance, a number of very successful factories that operate in this way. One of them is FAVI, a five hundred-person brass foundry in the north of France that produces gearbox forks for the automotive industry, among others."
Estas pequenas unidades não têm nada a ver com o conceito de "self-management", mas é interessante como conseguem que muitas decisões cheguem mais próximo da trabalhadora da linha do que na produção de uma empresa de maior dimensão.

Entretanto, encontrei esta reflexão, "We need to shift our focus from competencies to agency":
"In mass-production, work corresponds mainly with what has been planned and budgeted. But today, knowledge work is understood as creative work we do in interaction. Unlike the repetitive business processes we know so well, where inputs are acted on in some predictable, structured way and converted into outputs, the inputs and outputs of knowledge work are problem definitions and exploration for solutions. Even more, there are no predetermined task sequences that, if executed, would guarantee success.
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Due to the variety of contexts people link to and work in, work requires interpretation, exploration and negotiation, work requires a new kind agency. What defines most problems today is that they are not isolated and independent. To solve them, a person has to think not only about what she believes the right answer is, but also about what other people think the right answers might be. Work, then, is exploration both what comes to defining the problems and finding the solutions.
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The industrial make-and-sell model required categorical skills, as we still know them. The decisive thing was your individual knowledge and individual education. Today, in new creative spaces you work more from your presence and network than your explicit skills. Agency is more important than education.
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The most important reason why we need a new concept of agency insted of competences is because the workers and their contributions in the post-industrial world are contextual and, at best, too diverse to rank. They are, and should be, too qualitatively different to compare quantitatively.
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Instead of talking about generic competences we need to focus on continuously developing agency."
Decididamente algo para fermentar.

sexta-feira, novembro 02, 2018

"organization as a living organism"

"Orange speaks of organizations as machines. Green uses the metaphor of families.
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The founders of Teal organizations use a different metaphor: with surprising frequency, they talk about their organization as a living organism or living system."
Organizações (empresas) como seres vivos:

  • "As organizações podem ser vistas como organismos vivos, seres vivos que estão num meio de cultura, o mercado, e que têm de cativar clientes, para que estes forneçam os recursos necessários."(Julho de 2006)
  • "As empresas, organizações de humanos, são como organismos, seres vivos que vivem num mundo (n-dimensional) de vales e picos, nos vales paira uma neblina venenosa que mata, nos picos usufrui-se de uma atmosfera saudável e colhe-se alimento que permite a vida e o crescimento." (Setembro de 2007)
  • "As empresas são seres vivos e, como tal, o mais natural é terem um tempo para crescerem, um tempo para dominarem e um tempo para morrerem ou para se arrastarem com ou sem dignidade." (Julho de 2013)
  • "As empresas grandes e as PME são seres vivos que habitam um ecossistema e ocupam diferentes nichos ecológicos. (Abril de 2016)"

Laloux, Frederic. Reinventing Organizations: An Illustrated Invitation to Join the Conversation on Next-Stage Organizations