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domingo, novembro 28, 2010

Irlanda, Portugal e a esquizofrenia

Caro John,
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Já por várias vezes escrevi aqui neste blogue que daqui a uns anos, exaustos, falidos, destroçados, sozinhos e velhos asilados (ver isto e isto) vamos, como comunidade, descobrir que a solução sempre esteve ao nosso alcance... acreditar nos anónimos, acreditar na capacidade empreendedora dos médios e dos pequenos sem PINs. Por isso são risíveis estas manifestações "Sócrates reúne 3.ª feira com maiores empresas exportadoras".
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A solução sempre foi o choque fiscal que Durão Barroso nos prometeu e, que depois não teve coragem e ousadia para executar.
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Quem lê este blogue já deve ter encontrado vários episódios diários em que reflicto sobre a esquizofrenia em que vivo: de dia, no contacto com as empresas, trabalho, muito trabalho, sonhos, expectativas, em suma: bosta, muita bosta. De noite, nas rádios e nas TVs o calvário real do défice, da redução de salários, da execução orçamental, do OE2011, dos irresponsáveis situacionistas que nos (des)governam e dos que os querem substituir, para realizar a mesma política.
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Este postal nasce motivado por um comentário sobre a competitividade da Irlanda. Agora, comparemos com a minha esquizofrenia:
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"There are two economies (Moi ici: Esquizofrenia também na Irlanda...) in Ireland: the private sector, which is still doing extraordinarily well — industrial output up 12 per cent in the past year, with Irish exports per capita nearly matching those of Germany. (Moi ici: Quase que já posso dizer, John, I rest my case) And then there is the tragedy of the public sector, an economic Chernobyl, endlessly spewing out toxic clouds of debt, (Moi ici: No news, same Chernobyl here) and its adoptive cousin, the banking sector, which two years ago under the bank rescue scheme (obligatory under EU law) effectively became an arm of government." (Interessante ler o artigo todo para perceber como funciona a administração pública irlandesa... same as here, same as everywhere).
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Um dia... IRC a 12,5%... talvez nesse dia já seja tarde demais, já não haja gente com genica, só cá estarão os asilados. Agora é que podíamos e devíamos aproveitar a garra desta gente.
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Comparação entre Portugal (10,7 milhões de habitantes) e Irlanda (4,6 milhões de habitantes). Atenção que as ordenadas estão em escalas diferentes.
O que quinou na Irlanda foi um ecossistema que vivia à custa... dos bens não transaccionáveis. Essa encomenda... nem está assinada.
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Mas John, para terminar um ponto importante, Deming dizia que o alicerce, a pedra angular para o sucesso é "Constância de propósito" para isso é preciso saber quais os nossos pontos fortes, quais as oportunidades, qual a estratégia. A Irlanda está a defender com unhas e dentes o seu IRC a 12,5%. Por cá temos esta volúvel leviandade que não se recomenda

quarta-feira, junho 27, 2007

Durão parte 2? Sócrates parte 2?

Quando oiço as entrevistas aos candidatos à câmara municipal de Lisboa, começo a pensar que eles julgam que os eleitores são uns tótós.

Quando são questionados sobre que soluções propõem, para resolver o deficit da câmara só oiço medidas para pagar as dívidas, a fornecedores e a bancos, mais tarde, nada dizem sobre como tornar a câmara sustentável...

Uma câmara pode ser encarada como uma organização sem fins lucrativos, mas, ao contrário da maioria das organizações sem fins lucrativos, uma câmara está num mercado competitivo, competindo, com outras câmaras, por munícipes (contribuintes), visitantes e investidores.

Assim, se uma câmara subir muito os seus impostos, perde habitantes e perde investidores, o que diminui a receita e prejudica a intenção inicial de subida dos impostos.

Fiz este pequeno e simplificado esquema, para ilustrar algumas das relações possíveis de enquadrar:
Assim, quando diminui o número de munícipes (impostados), fenómeno que tem ocorrido nos últimos anos na cidade de Lisboa, diminui a receita dos impostos, logo aumenta o deficit da câmara.
O aumento do deficit da câmara diminui a capacidade de investir em atributos que aumentem a qualidade de vida dos munícipes. Quando a qualidade de vida baixa, os munícipes abandonam a cidade, logo...
Quando aumenta o deficit, a câmara aumenta a carga fiscal sobre os impostados, o que afugenta os munícipes e os investidores que pagam os postos de trabalho, o que leva à redução da receita fiscal... lovely.
Embora não vote em Lisboa, tenho uma curiosidade científica sobre como é que o vencedor vai dar a volta à questão. Porque estes equilibrios vão impor algo de que nenhum fala... a redução dos custos de funcionamento da câmara!!!