O papel da marca, do consultor, da universidade, é o de guia.
O cliente é sempre o herói e a marca deve assumir o papel de guia - tal como Yoda orienta Luke Skywalker. Os heróis (clientes) acordam "em apuros" e procuram alguém que demonstre empatia e competência; a marca deve fornecer-lhes um plano simples para vencer o "lado negro" que enfrentam.
Se a marca, o consultor, ou a universidade, se coloca como herói, disputa protagonismo com o cliente e este desliga-se; se se apresenta como guia, conquista confiança e lealdade.
""Os nossos empresários, maioritariamente, não são propriamente inovadores, vamos pôr a coisa assim... Não quer dizer que não sejam bons empresários, mas enfim", diz Amílcar Falcão
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Embora acredite que o tecido empresarial português "certamente gostaria de acompanhar" a capacidade de inovação das universidades, o facto de ser composto na esmagadora maioria por microempresas — que "têm dificuldade na área de inovação porque vive o dia-a-dia quase muitas vezes de sobrevivência. A inovação não se compadece com isso" — compromete esse objetivo. Até porque "não há instrumentos atrativos" para corrigir a situação.
Amilcar Falcão orgulha-se de ter aumentado o número de patentes registas de 260, em 2019, quando entrou para reitor, para mais de 600."
O reitor generaliza negativamente sobre o tecido empresarial, dizendo que "os nossos empresários... não são propriamente inovadores" , em vez de reconhecer casos de sucesso e promover pontes de colaboração. Centra a responsabilidade da inovação nas empresas, ignorando que as universidades também devem adaptar investigação, linguagem e prazos às realidades do mercado ("as empresas têm uma lógica própria que os investigadores normalmente não acompanham").
Desvaloriza as microempresas, afirmando que vivem "de sobrevivência" e, por isso, "a inovação não se compadece com isso" , quando estas representam a maioria do tecido produtivo e podem inovar de forma incremental.
Foca-se em patentes e royalties como métricas-chave de transferência de tecnologia, esquecendo outros indicadores de impacto industrial (co-desenvolvimento, protótipos, adopção no mercado).
Ou seja, ao colocar o ónus quase exclusivo nas empresas e destacar predominantemente métricas internas da universidade, o reitor posiciona-se como "herói" da inovação académica, em vez de agir como guia que compreende os desafios quotidianos das empresas e lhes oferece planos concretos, simples e partilhados para inovar - ele, ou a universidade, é que é o herói... e isso mina tudo o resto.
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