Há dias deparei com este artigo no FT, "Dyson is right to fight for British strawberries." Entretanto também encontrei uma referência ao tema em "Dyson's vision after vacuum cleaners: the great British strawberry."
Considero o tema super interessante porque tem tudo a ver com pensamento estratégico. Além disso, porque ainda está em curso, é impossível saber à priori se a coisa vai resultar ou não. Tem um risco semelhante ao da Raporal algo que é referido logo na parte inicial do texto do FT:
"Fruits are mostly sold by weight or under supermarket brands in the UK, with the growers appearing on packaging in small print at best. If they look good and taste sweet, that is enough for most shoppers.
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This investment will only pay off if consumers accept that it is worth paying more for a punnet of Dyson strawberries than for the imported berries from Spain or Morocco that typically fill supermarkets in winter. They need to taste good and have their British provenance recognised and valued.
Dyson is making some progress with branding. His strawberries were at first sold by J Sainsbury and Marks and Spencer under their own premium labels but the Dyson name is becoming more prominent. The latest M&S packaging features a Union Flag and the Dyson Farming brand.
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If the UK's largest farmer cannot make his fruit fetch a premium, it bodes ill for others."
É claro que é preciso algum volume para suportar os custos, mas creio que a proposta de valor da Dyson não pode considerar o que se segue o problema Recordar os casos da Rapidus e da Marvell:
"Perhaps Dyson should be intimidated by the scale of the challenge. His Lincolnshire farm grows 1,200 tonnes of strawberries a year; a tiny figure compared with the 150,000 tonnes of berries produced by Agroberries in 30 countries, let alone Driscoll's mighty network."
Os desafios são antes:
- Será que um número suficiente de consumidores estará disponível para pagar um preço premium por morangos criados no Reino Unido? Até onde vai a sensibilidade ao preço face ao tema do ambiente e da origem?
- Será que a vertente ambiental da produção será um factor reconhecido poelos consumidores-alvo?
- Será que a Dyson conseguirá desenhar um modelo de negócio sustentável?
- Será que a Dyson conseguirá sobreviver ao poder das cadeias de distribuição? Sem marca forte, no way! Será que vai ser possível criar um cenário win-win-win? (Dyson - donos das prateleiras - consumidores-alvo)
- Como vão reagir os concorrentes do low-cost?
Toda uma série de variáveis que a Dyson ou não controla ou apenas pode tentar influenciar. A vida económica é assim.
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